São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2008

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Escolha de nome de bebê vira caso de polícia no interior de SP

Fã de Sidney Sheldon, rapaz queria que o filho se chamasse Sheldon Augusto

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A disputa pelo nome de uma criança acabou virando caso de polícia em Matão. O operador de máquinas de bordado Sidney dos Santos, 30, fã dos livros do escritor norte-americano Sidney Sheldon, registrou boletim de ocorrência porque não concordou com o nome que a mãe da criança, a estudante Franciele de Moura Marinho, 21, escolheu para registrar o filho deles.
O pai queria que o menino se chamasse Sheldon Augusto. A mãe o registrou como Luan Pedro. Os dois discutiram no cartório na última quinta-feira.
"Eu gostava muito de ler e por causa do meu nome sempre me chamaram na escola de Sidney Sheldon. E escolhi também Augusto porque acho um nome bonito, forte."
O bebê nasceu no último dia 10. O casal, que já tem uma filha chamada Yasmin Vitória Marinho dos Santos, nunca morou junto. Franciele e as crianças moram com a mãe da estudante. A escolha de "Yasmin", que tem um ano e dez meses, foi consensual, mas não o nome completo, conta o pai.
"Não queria Vitória. Foi a minha sogra quem quis". Ele disse que está sofrendo, pois a sogra impede que ele visite os filhos -Franciele nega.
O nome do bebê já era motivo de discussão desde a gravidez de Franciele. O pai afirmou que já estava combinado que a criança se chamaria Sheldon Augusto. "Mas a mãe da Franciele não gosta de mim e fez a cabeça dela", disse.
Já Franciele contou uma versão diferente. Disse que, apesar do desejo de Sidney, nunca concordou com o nome Sheldon. "Escolhi Luan Pedro, porque minha mãe trabalha com transporte escolar e eu sempre fui apegada a um menino que tinha esse nome."
A estudante disse que até procurou uma alternativa. "Propus, então, Sidney Sheldon, pelo menos ficava menos estranho. Mas ele foi irredutível: "Quero Sheldon Augusto.'"
Funcionários do cartório contaram que o casal chegou a trocar tapas. Sidney tomou das mãos da moça o documento da maternidade. A estudante disse que só recebeu o documento de volta depois que Sidney tirou um xerox e escreveu em cima da folha original: "Sheldon Augusto dos Santos. Esse é o nome que tínhamos combinado." E assinou, ao final.
Como Franciele voltou sozinha, o cartório registrou o filho apenas com seu sobrenome, Marinho. Ela e Sidney serão chamados em uma audiência judicial para acertarem a paternidade. A mudança de nome, entretanto, é difícil, segundo Thiago Teixeira Varanda, funcionário do cartório."É preciso dar uma explicação com um motivo justo para o juiz e dependerá da interpretação dele".

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