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entrevista
Irmão de Patrícia diz ainda crer em inocência de Igor
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Onze anos após o assassinato da advogada Patrícia Aggio Longo, aos 27
anos e grávida, nem a Polícia Civil nem o Ministério
Público conseguiram convencer a família dela de
que o crime foi cometido
pelo marido, o ex-promotor Igor Ferreira da Silva.
"Patrícia morreu em
1998 e nada vai trazê-la de
volta. Não somos advogados do Igor, somos a família da Patrícia. Mas não
aceitamos as mentiras que
foram contadas e repetidas para reforçar a tese de
que a culpa era do Igor ",
afirmou ontem Eduardo
Aggio Longo, 33, irmão caçula de Patrícia.
FOLHA - Após esses 11 anos,
mudou o que a sua família
pensava sobre a inocência de
Igor?
EDUARDO AGGIO LONGO -
Não. Desde o início, minha
mãe sempre teve a certeza
de que não foi ele o responsável pela morte da
minha irmã. E o que assistimos ao longo da investigação foi uma série de
mentiras.
Falaram de um laudo
que excluía a paternidade
do Igor, como uma forma
de apresentar uma motivação para o crime. Mas fizemos outro laudo que
desmentiu essa perícia e
confirmou que o filho que
a minha irmã esperava era
realmente do Igor.
Uma semana após a
morte, começaram a dizer
que ele tinha dado um tapa
na minha irmã. Depois,
disseram que estavam se
separando. Nada disso era
verdade. Horas antes do
crime, eles jantaram na casa dos meus pais, estavam
bem.
FOLHA - Você tem certeza da
inocência de Igor?
LONGO - Como te falei, minha mãe sempre teve essa
certeza. Eu sempre achei
que o que aconteceu foi
por causa dele.
FOLHA - Por causa dele?
LONGO - Por alguém que
ele tenha denunciado, alguém que tentou se vingar.
FOLHA - Como prova, o Ministério Público apresentou
cápsulas deflagradas encontradas na casa de Igor. A perícia confirmou que essas cápsulas foram disparadas pela
mesma arma usada para matar Patrícia.
LONGO - Eu me lembro,
foi alguma coisa assim que
o Ministério Público argumentou. Mas, depois de
tantos laudos e informações desencontradas, que
sabemos serem falsas,
mentirosas, como vamos
acreditar em outras? A
procuradora disse durante
o julgamento que o Igor tinha dado um tapa na minha irmã. Isso não aconteceu. O trabalho de investigação fica desacreditado.
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