São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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mercado em cima da hora

Greve em 3 aeroportos fracassa no primeiro dia

Atrasos e cancelamentos diminuem em relação à 5ª da semana passada

Governo diz que pode debater reivindicação dos funcionários da Infraero de estabilidade maior no emprego

DE SÃO PAULO
DA ENVIADA A CAMPINAS
DE BRASÍLIA


Os aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília operaram normalmente no primeiro dos dois dias da greve política dos funcionários da Infraero, contrários ao projeto de concessão à iniciativa privada das unidades.
Segundo a Infraero, os índices de atraso e cancelamento de voos foram inferiores aos registrados uma semana antes. Nos três aeroportos, houve ontem 34 atrasos e 21 cancelamentos. Sete dias antes, 43 e 30, respectivamente. A adesão à greve ficou entre 25% e 30%, segundo o diretor de administração da estatal, José Eirado.
O maior problema ocorreu em Campinas. O setor de processamento de carga obteve adesão de cerca de 50%. Ainda que sejam contra a privatização, o que está em jogo é a política de benefícios a ser oferecida aos trabalhadores que passarão para a iniciativa privada. A Infraero tem 3.781 trabalhadores nos três aeroportos.
O governo propôs 12 meses de estabilidade, prazo que, na prática, pode chegar a 24 meses. Isso porque haveria antes um período de transição de 6 a 12 meses.
Os trabalhadores, por meio do Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários), recusaram a proposta. A categoria quer estabilidade de 5 a 10 anos e reivindica entrar na discussão de temas operacionais dos três aeroportos.
Uma nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira na Secretaria-Geral da Presidência, em Brasília. "Estamos estudando a pauta e abertos para discutir a ampliação do prazo de estabilidade", afirmou Eirado.

GREVE IDEOLÓGICA
A negociação deve se centrar na questão da estabilidade. Segundo assessores da presidente Dilma Rousseff, o governo não vai se "curvar a uma greve ideológica" e manterá os planos de entregar à iniciativa privada a exploração dos três aeroportos. Segundo Eirado, os benefícios estarão negociados e definidos antes da realização do leilão de concessão. Dessa forma, o concessionário saberá de antemão quais serão os custos do pacote de benefícios.
"Estão nos oferecendo uma reunião na próxima semana, mas sem nenhuma garantia de que teremos uma proposta que atenda as nossas reivindicações. Não quero ir lá novamente só para tomar café", disse o presidente do Sina, Francisco Lemos. "Há muitos aeroportuários que querem adotar uma posição mais firme e paralisar os três aeroportos", afirmou.
(MARIANA BARBOSA, AGNALDO BRITO, luiza bandeira, VALDO CRUZ e CAROLINA SARRES)


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