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Pane e mau tempo atrasam 43% dos vôos
Um cabo do Cindacta-2, em Curitiba, se rompeu; em Congonhas, um jato derrapou e interditou pista, gerando efeito cascata
Falha na comunicação com as aeronaves fechou por duas horas o aeroporto Afonso Pena; houve atrasos de até 15 horas no Rio
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O país enfrentou ontem mais
um dia de caos nos aeroportos,
com atrasos de pelo menos 45
minutos em 43,2% dos vôos.
Mas, desta vez, as dificuldades
foram atribuídas ao mau tempo
no Sul e no Sudeste durante o
final de semana, e não à operação-padrão dos controladores
de tráfego aéreo.
Segundo a Aeronáutica, as
chuvas causaram o rompimento de um cabo de fibra ótica do
Cindacta-2, em Curitiba, que
foi consertado ainda na madrugada de ontem. Esse centro
controla o tráfego da região Sul.
Das 16h30 às 18h30, a torre
do aeroporto Afonso Pena, em
Curitiba, reteve os aviões em
terra e impediu aterrissagens
devido à pane no sistema de comunicação com as aeronaves.
Além disso, a derrapagem de
um avião no aeroporto de Congonhas (zona sul de SP) no domingo à noite atrapalhou as
operações. O incidente aconteceu às 22h55 e a aeronave só foi
removida às 0h48. No período,
a pista auxiliar teve de ser usada. Ainda na noite de domingo,
Congonhas fechou das 20h20
às 20h50 devido ao temporal
que atingiu São Paulo.
Aliados ao tráfego mais pesado, devido ao retorno de quem
aproveitou o feriado de quarta-feira para viajar, os acidentes
causaram um efeito cascata de
atrasos e cancelamentos nos
aeroportos de todo o país.
Segundo o balanço divulgado
pela Infraero (empresa que administra os aeroportos) no início da noite de ontem, 43% dos
1.453 vôos programados ontem
tiveram atrasos superiores a 45
minutos -houve registro de
atraso de até 15 horas, no Rio.
Considerando a marca de 30
minutos, 46,6% dos vôos atrasaram. No caso de 15 minutos, o
atraso correspondeu a 51,9%
dos vôos previstos.
Segundo a Infraero, atrasos
de 15 a 30 minutos são considerados "aceitáveis". Os motivos
apresentados para os atrasos
são problemas meteorológicos,
problemas técnicos da companhia aérea e, eventualmente,
problemas no tráfego aéreo.
A crise nos aeroportos começou com a operação-padrão dos
controladores do Cindacta-1,
em Brasília, que decidiram seguir as normas internacionais
de tráfego aéreo após o acidente do vôo 1907 da Gol.
Em seu ápice, causou uma
quase-paralisia do sistema aeroportuário no feriado de Finados. Na segunda-feira passada,
dia 13, a falta imprevista de dois
controladores de uma mesma
equipe em Brasília também
causou um caos. Naquele dia,
42% dos vôos atrasaram mais
de 15 minutos -padrão que a
Infraero adotava até então.
Ontem, o ministro Waldir Pires reconheceu que o setor enfrenta "dificuldades", mas que
o quadro "está se normalizando". A Aeronáutica disse que
espera que os aeroportos estejam funcionando normalmente hoje, após a absorção dos
atrasos pelas empresas aéreas.
"Estamos trabalhando para
construir instituições de controle de vôo que dêem tranquilidade à população", disse Pires. Disse que as contratações
emergenciais estão sendo feitas para reforçar o controle aéreo de Brasília, além da atuação
de profissionais requisitados
de outros centros de controle.
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