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Namoro proibido acaba com morte de casal
Menina de 13 anos e professor de piano, de 31, foram achados baleados em motel de RS; cada um estava com um revólver
Polícia apura 2 hipóteses: os dois cumpriram pacto de morte ou o professor matou a aluna depois de persuadi-la e se suicidou
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Um romance proibido entre
a estudante Gabriela Muratt,
13, e seu professor de piano,
Marcos Maronez Júnior, 31,
terminou anteontem, em Porto
Alegre, com a morte dos dois, a
tiros, em uma cama de motel.
Estudante da oitava série do
colégio Leonardo da Vinci, de
classe média alta, Gabriela estudava piano com Maronez há
pouco mais de um ano, no Conservatório de Música 24 horas,
da qual o professor era dono e
onde estudam 80 alunos.
Gabriela estava desaparecida
desde as 14h de sexta-feira. Foi
encontrada pela polícia com
Maronez, às 10h de anteontem,
no motel Atenas (zona leste de
Porto Alegre). Em posição sexual e baleados na cabeça, cada
um segurava um revólver. Levados ao Hospital São Lucas,
não resistiram aos ferimentos.
Gabriela morreu na manhã de
anteontem e Maronez no final
da tarde do mesmo dia.
De acordo com a delegada
Eliete Rodrigues, há duas hipóteses para o caso: os dois cumpriram um pacto de morte
-anunciado em cartas deixadas no motel- ou o professor
matou a aluna após persuadi-la
e se suicidou em seguida.
Além das cartas em que falavam de seu romance, os dois
deixaram no quarto do motel
inscrições nas paredes -feitas
com chocolate- com seus nomes e frases não divulgadas.
Investigação
O diretor do Departamento
Estadual da Criança e do Adolescente, delegado Paulo de
Tarso, disse que a investigação
está sob sigilo desde ontem.
Sobre a entrada do casal no
motel, disse que ""essas casas de
hospedagem não costumam
exigir documentos". "A moça
tinha compleição física bastante avantajada [cerca de 1,80m] e
se passou por mais velha."
O casal chegou ao motel no
final da tarde de sábado e pediu
que fosse acordado às 8h de domingo. Nesse horário, Maronez
atendeu o telefone e disse que
estavam de saída. Duas horas
depois, funcionários foram ao
quarto para checar o que ocorria. Com o silêncio, entraram e
acharam os dois agonizando.
De acordo a Polícia Civil, antes de ir ao motel, Maronez estava hospedado em um hotel
no centro de Porto Alegre, onde
chegou sozinho, no final da tarde de quinta-feira, após discutir
com a ex-mulher, com quem
tem um filho de dois anos.
Maronez chegou ao hotel de
táxi. Pagou R$ 88 por duas diárias. Depois saiu e voltou em
uma moto, que ficou estacionada na garagem do hotel -a polícia a retirou apenas anteontem.
A polícia já procurava Maronez desde a tarde de sexta-feira, quando a adolescente desapareceu de casa.
Endividado, Maronez era conhecido por buscar a perfeição
na música -estudava cerca de
14 horas por dia e tocava piano,
guitarra, bateria e baixo.
Em sua página no site Orkut,
no item "quem sou eu", ele dizia: ""Um verdadeiro especialista na arte de escapar dos perigos existentes nesse mundinho
e um verdadeiro sábio na hora
de fazer a escolha ao se entregar à fatalidade na hora certa."
Os dois foram enterrados no
mesmo cemitério, o Jardim da
Paz. Gabriela foi enterrada pela
manhã, e Maronez, à tarde.
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