São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2006

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Namoro proibido acaba com morte de casal

Menina de 13 anos e professor de piano, de 31, foram achados baleados em motel de RS; cada um estava com um revólver

Polícia apura 2 hipóteses: os dois cumpriram pacto de morte ou o professor matou a aluna depois de persuadi-la e se suicidou

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Um romance proibido entre a estudante Gabriela Muratt, 13, e seu professor de piano, Marcos Maronez Júnior, 31, terminou anteontem, em Porto Alegre, com a morte dos dois, a tiros, em uma cama de motel.
Estudante da oitava série do colégio Leonardo da Vinci, de classe média alta, Gabriela estudava piano com Maronez há pouco mais de um ano, no Conservatório de Música 24 horas, da qual o professor era dono e onde estudam 80 alunos.
Gabriela estava desaparecida desde as 14h de sexta-feira. Foi encontrada pela polícia com Maronez, às 10h de anteontem, no motel Atenas (zona leste de Porto Alegre). Em posição sexual e baleados na cabeça, cada um segurava um revólver. Levados ao Hospital São Lucas, não resistiram aos ferimentos. Gabriela morreu na manhã de anteontem e Maronez no final da tarde do mesmo dia.
De acordo com a delegada Eliete Rodrigues, há duas hipóteses para o caso: os dois cumpriram um pacto de morte -anunciado em cartas deixadas no motel- ou o professor matou a aluna após persuadi-la e se suicidou em seguida.
Além das cartas em que falavam de seu romance, os dois deixaram no quarto do motel inscrições nas paredes -feitas com chocolate- com seus nomes e frases não divulgadas.

Investigação
O diretor do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente, delegado Paulo de Tarso, disse que a investigação está sob sigilo desde ontem.
Sobre a entrada do casal no motel, disse que ""essas casas de hospedagem não costumam exigir documentos". "A moça tinha compleição física bastante avantajada [cerca de 1,80m] e se passou por mais velha."
O casal chegou ao motel no final da tarde de sábado e pediu que fosse acordado às 8h de domingo. Nesse horário, Maronez atendeu o telefone e disse que estavam de saída. Duas horas depois, funcionários foram ao quarto para checar o que ocorria. Com o silêncio, entraram e acharam os dois agonizando.
De acordo a Polícia Civil, antes de ir ao motel, Maronez estava hospedado em um hotel no centro de Porto Alegre, onde chegou sozinho, no final da tarde de quinta-feira, após discutir com a ex-mulher, com quem tem um filho de dois anos.
Maronez chegou ao hotel de táxi. Pagou R$ 88 por duas diárias. Depois saiu e voltou em uma moto, que ficou estacionada na garagem do hotel -a polícia a retirou apenas anteontem.
A polícia já procurava Maronez desde a tarde de sexta-feira, quando a adolescente desapareceu de casa.
Endividado, Maronez era conhecido por buscar a perfeição na música -estudava cerca de 14 horas por dia e tocava piano, guitarra, bateria e baixo.
Em sua página no site Orkut, no item "quem sou eu", ele dizia: ""Um verdadeiro especialista na arte de escapar dos perigos existentes nesse mundinho e um verdadeiro sábio na hora de fazer a escolha ao se entregar à fatalidade na hora certa."
Os dois foram enterrados no mesmo cemitério, o Jardim da Paz. Gabriela foi enterrada pela manhã, e Maronez, à tarde.


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