|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Texto aprovado por deputados tem artigos contraditórios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A redação final do projeto de
reserva de vagas, aprovado ontem na Câmara, deixou dúvidas
sobre a necessidade ou não de
vestibular para os cotistas. A
pressa do presidente da Casa,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), de
aprovar a proposta por causa
do Dia Nacional da Consciência
Negra e a falta de atenção fez
com que os deputados votassem o texto com artigos contraditórios -um deles deveria ter
sido suprimido.
O relator da matéria, deputado Carlos Abicalil (PT-MT),
disse que tinha sido retirada a
parte que estabelecia que a seleção dos alunos oriundos de
escolas públicas deveria ser feita com base no "coeficiente de
rendimento, obtido através de
média aritmética das notas ou
menções obtidas no período,
considerando-se currículo comum a ser estabelecido pelo
Ministério da Educação".
A frase, no entanto, foi aprovada, assim como a que fala em
"concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação".
Na pressa, os deputados votaram emendas manuscritas e
não perceberam a dubiedade. O
relator não estava presente na
hora da votação, mas, por telefone, disse que o texto votado
estava equivocado.
Horas mais tarde, a Secretaria Geral da Mesa esclareceu
que, apesar de a CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) ter
recomendado a retirada do artigo sobre o currículo comum,
nada foi feito, nem na comissão
nem ontem no plenário.
A confusão não deve atrapalhar a tramitação do projeto,
que segue agora para ser votado
em pelo menos duas comissões
do Senado e no plenário. A assessoria de imprensa do MEC
informou que é inviável adotar
um currículo comum para o ingresso nas universidades federais já que cada Estado adota
uma forma de avaliação. Disse
ainda que trabalhará para que o
artigo que trata do assunto seja
retirado pelos senadores.
Texto Anterior: Associação de universidades critica projeto Próximo Texto: Foco: Ao som de reggae, marcha reúne 2.000 pela inclusão social da população negra Índice
|