São poucos os locais exclusivamente veganos em SP, mas grupo se sente em casa na cidade

KÁTIA LESSA
DE SÃO PAULO

"É muito fácil ser vegano na cidade de São Paulo", afirma o designer Marco Wey, 26. Vegetariano desde os 15 anos, ele decidiu virar vegano há três porque achava hipócrita não comer carne e continuar a consumir outros derivados de animais como ovos, leite e couro.
Quando optou por esse estilo de vida, Marco não recebeu apoio. "Não me disseram nada positivo, só escuto piadas, mas não ligo."
Segundo ele, o mais difícil foi parar de consumir leite, porque é complicado saber se o item foi ou não utilizado na preparação dos pratos.
Para o designer, a cidade oferece diversas opções vegetarianas, e é nesses locais que o vegano "se salva".
São poucos os pontos totalmente veganos em SP. Embora o foco do veganismo não seja apenas a alimentação, restaurantes vegetarianos quase sempre oferecem pratos voltados para eles.
Juninho, 32, baixista da banda Ratos de Porão, é vegano desde 1995. "Quando me envolvi com o pessoal do punk e do hardcore, passei a ter uma postura mais política em relação a tudo. Li muito sobre o assunto e acho que é possível viver bem na cidade sem ter que matar ou maltratar outro ser vivo", afirma.
Para o músico, parar de comer carne foi fácil e só trouxe benefícios físicos. "Meu intestino funciona perfeitamente e me mantenho magro. A única mudança mais relevante é que sinto mais fome ao longo do dia. Mas basta fazer um lanche à tarde".
Juninho organiza a Verdurada, festa que reúne veganos em SP. Criada em 1993, ela começou como um encontro que contava com comida vegana e show.
Em 1996, o grupo cresceu e os encontros passaram a ser realizados em galpões, com apresentações de diversas bandas, nos quais também é proibido fumar ou ingerir bebidas alcoólicas.
Apesar do estereótipo, o baixista não é radical. "O importante é ter consciência do que você está consumindo. Se tenho a opção de escolher um produto que não prejudicou um animal, eu faço."


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