DA REPORTAGEM LOCAL

Os passageiros mais prejudicados com os atrasos nos vôos em Congonhas foram aqueles que deveriam fazer conexões no aeroporto para outras localidades. Foi o caso da modelo Viviane Bordin, 25, que veio de Salvador com o namorado num vôo e iria tomar outro para Navegantes. Por conta de uma atraso de três horas na partida em Salvador, o casal perdeu o vôo em Congonhas. "É lamentável, mas terei de comprar outra passagem."
"Isso aqui parece a África, não era para acontecer", disse a atriz Beth Coelho, mostrando o saguão lotado de pessoas, por volta das 20h30.
Até o campeão mundial de clubes pela Fifa (Federação Internacional de Futebol), o jogador Ceará, do Internacional-RS, foi prejudicado pelos atrasos. "Vim pela TAM, mas a saída de Porto Alegre demorou. Faria uma conexão em Congonhas para Ribeirão, mas perdi o vôo das 12h25 e agora só vou embarcar às 17h."
Passageiros reclamaram do atendimento prestado pelas companhias aéreas. O produtor rural e advogado Marco Antonio dos Santos, 44, registrou boletim de ocorrência contra a TAM, que, segundo ele, vendeu seu lugar no vôo que faria para Ribeirão Preto às 17h30 sem avisá-lo disso.
"Essa empresa vai pagar caro pelo que me fez", afirmou.

Guarulhos
No aeroporto internacional de Guarulhos havia pelo menos 10 vôos atrasados ontem por volta das 18h. O check-in da TAM e da Gol estavam com filas que se estendiam além da área dos balcões das companhias, até a proximidade dos portões de embarque.
A estudante Leidiane Monteiro, 22, e a técnica em reabilitação Vera Lúcia dos Reis, 39, tinham chegado de Madri na terça à noite e ainda tentavam embarcar para Goiânia e Maringá, respectivamente, onde pretendiam passar o Natal com as famílias.
Segundo relataram, o vôo não pôde pousar em Guarulhos na terça -o piloto não deu explicações- e todos os passageiros desceram no Rio de Janeiro. Passaram a noite no hotel, com esperança de embarcar na manhã de ontem para SP e então para suas cidades.
Chegaram a SP, mas até as 18h de ontem ainda estavam na fila da Gol tentando marcar as passagens. "Cada vez mais tenho vontade de nunca voltar ao Brasil", disse Vera, que vive na Espanha há dez anos.


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