São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
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Apagão de 5 horas tumultua o centro
Cerca de 43 mil imóveis, entre residências e comércio, ficaram sem energia em bairros como Higienópolis, Bela Vista e Pacaembu
AFRA BALAZINA DA REPORTAGEM LOCAL A região central de São Paulo sofreu às 11h30 de ontem um apagão que durou mais de cinco horas -em alguns locais a energia ainda não havia voltado no começo da noite. Mais de 43 mil imóveis, entre residências e estabelecimentos comerciais, ficaram sem luz em sete bairros: Higienópolis, Bela Vista, Consolação, Santa Cecília, República, Campos Elíseos, Cerqueira César e Pacaembu. Pelo menos 15 semáforos foram afetados, prejudicando bastante o trânsito. Até as 22h, a Eletropaulo não havia descoberto a razão do defeito que atingiu dois cabos subterrâneos de distribuição. Tampouco sabia o local exato dos problemas. Por serem cabos subterrâneos, a dificuldade para localizar o defeito é maior. Quando a pane é na rede aérea, um técnico pode percorrer de moto a extensão para verificar onde é o dano, diz a empresa. A luz só começou a voltar às 16h19 porque a empresa decidiu trazer "sobras" de energia de outras regiões. Mesmo assim a medida beneficiou 75% dos locais -nos demais, a volta da luz ocorria gradativamente. Em alguns casos, principalmente hospitais e laboratórios, a empresa disse que providenciou geradores de emergência. Em relação aos locais nos quais a luz não havia sido restabelecida, a Eletropaulo disse que equipes teriam de ser deslocadas até os pontos isolados para verificar o que fazer. A expectativa da empresa era concluir o religamento até as 23h. "Vou viajar na sexta e havia marcado depilação e escova, mas sem energia não poderei fazer. Nem pagar a manicure consigo, porque as máquinas para passar cartões não funcionam", disse a psicóloga Marilda Goldfeder, em Higienópolis. O supermercado Madrid, no mesmo bairro, fechou por uma hora e, depois, alugou um gerador. "Esse custo extra eu não tenho para quem repassar. Mas minha maior preocupação é com a qualidade, então achei melhor alugar o gerador para evitar problemas com os produtos refrigerados", disse o gerente comercial do supermercado, Paulo Ancelmo Ribeiro. Ricardo Neves, dono de uma padaria, disse que ficou sem conseguir produzir pães e doces. "Nem suco é possível fazer. E, se a energia demorar para voltar, vou perder os frios, laticínios e sorvete", disse ele. Ele menciona a presença de muitos idosos na região. Sem energia, os elevadores não funcionam. "A maioria nem sai de casa. A clientela também cai." Márcia Oliveira Porto, garçonete de uma lanchonete, disse que o dia estava um "caos". "Não dá para usar o liquidificador. Não tem como deixar os salgados na estufa e os doces no balcão." Ela afirmou ainda que não abriu o freezer para tentar manter intactos os congelados. Trânsito Segundo a CET, a falta de luz acabou ocasionando, por reflexo, problemas em toda a cidade. O gerente de operações da empresa Wlamir Lopes da Costa diz que a lentidão ficou acima da média esperada para o período -às 16h foram 98 km de congestionamento, quando o normal são 61 km. Alguns semáforos, principalmente na rua Augusta, continuavam sem funcionar no início da noite de ontem. Acidentes pioraram ainda mais a situação. Na marginal Pinheiros, sentido Interlagos, uma moto e um caminhão colidiram às 10h40, deixando uma pessoa ferida. O acidente ocupou duas das sete faixas perto da ponte Roberto R. Zuccolo (Cidade Jardim). Havia interdições também na av. Moreira Guimarães, na altura da av. Indianópolis, sentido Santana, devido a um acidente com dois carros; e na av. Aricanduva, sentido bairro, devido à batida de um caminhão em um poste. Colaborou a Folha Online Texto Anterior: Infância: Aprovada mudança de nome da Febem Próximo Texto: Clima 1: Chuva provoca alagamentos em SP Índice |
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