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SAÚDE/OFTAMOLOGIA
Depois dos 40 anos, quase todas as pessoas terão perda da visão; ainda não há cura
Cirurgia a laser devolve a capacidade de ler de perto
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Encontrar a cura da presbiopia
(conhecida também como vista
cansada), sinal incontestável da
chegada do envelhecimento, ainda é o principal desafio da oftalmologia. Isso acontece porque,
quando o assunto é visão, 60%
dos brasileiros que têm problemas para enxergar preferem estar
bem longe dos óculos.
A presbiopia é uma conseqüência inevitável da idade. Trata-se
do endurecimento do cristalino
(lente dos olhos, responsável pelo
foco da imagem), que, com o passar do tempo, perde sua capacidade de ajuste para focalizar objetos.
A pessoa sente dificuldades para
ler livros, jornais e bulas de remédio sem o auxílio de óculos.
Há pouco tempo, a única solução para a vista cansada era usar
óculos de leitura ou com lentes
multifocais. Porém, novas técnicas cirúrgicas têm sido usadas para combater a presbiopia -a
mais recente é a cirurgia a laser.
Por meio do laser, a córnea é
transformada em uma espécie de
lente multifocal, para que a pessoa tenha boa visão a qualquer
distância. "Você programa a parte central da córnea para enxergar
de perto, e a parte periférica para
enxergar de longe", explicou o oftalmologista Cláudio Lottenberg,
presidente do Hospital Albert
Einstein, que disponibilizará a cirurgia a partir de fevereiro.
Essa técnica, diz Lottenberg, é
pouco invasiva e só não é indicada
para quem trabalha com precisão
ou dirige muito à noite, pois pode
provocar alteração no brilho,
ofuscamento da visão e diminuir
a sensibilidade ao contraste. "Fora isso, o paciente ficará independente do uso de óculos", diz.
O oftalmologista Lêoncio Queiroz Neto, do Instituto Penido
Burnier e diretor do Banco de
Olhos de Campinas, concorda
que o laser é uma das novas promessas para tratar a presbiopia,
mas faz uma ressalva: "Assim como nas outras técnicas existentes,
o laser tenta encontrar na córnea
a solução para um problema que
surgiu no cristalino. A presbiopia
não vai chegar ao fim".
Outra técnica cirúrgica para dar
fim à presbiopia está em estudo
há um ano na Grande São Paulo.
A pesquisa, que tem como objetivo corrigir a presbiopia por meio
de radiofreqüência, é coordenada
pelo oftalmologista José Ricardo
Rehder, professor da Faculdade
de Medicina do ABC.
"Por meio da radiofreqüência, a
gente modifica a curvatura da
córnea para tornar possível a visão de perto", explicou Rehder.
Não é possível avaliar os resultados, pois o tempo de acompanhamento dos pacientes ainda é pequeno. E os benefícios são temporários (duram de dois a três anos).
"Depois disso, pode haver a necessidade de outra cirurgia."
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