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Houve um somatório de erros, diz IPT
O presidente do IPT, Vahan Agopyan, descarta fatalidade no acidente no metrô; cronograma de elaboração do laudo sairá em 15 dias
Desmontagem da grua de 120 toneladas e 40 metros de altura continuará até quinta-feira; marginal continua com interdições
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas descarta fatalidade
no desabamento da futura estação Pinheiros da linha 4-amarela do metrô de São Paulo. Segundo o presidente do IPT, Vahan Agopyan, um "somatório
de erros" causou o acidente.
Seis pessoas morreram na
cratera no dia 12. Uma pessoa
continua desaparecida. As buscas continuam, mas há dúvidas
se ela estaria sob os escombros.
"Está claro que houve erros.
Nós tivemos um acidente. Algumas coisas saíram erradas,
sem dúvida", disse Agopyan.
Ele não quis apontar possíveis causas. Questionado sobre
a possibilidade de as chuvas terem causado o acidente, como
defendeu o Consórcio Via
Amarela em nota, Agopyan disse que "pode ter sido o deflagrador, mas há outros fatores".
"A chuva é previsível, assim
como as detonações. É prematuro falar em causas", afirmou.
De acordo com o presidente,
o IPT está levantando as informações disponíveis sobre a
obra e dentro de aproximadamente 15 dias será divulgado
um cronograma de elaboração
do laudo. Não há prazo para a
emissão do documento.
O governo do Estado contratou o IPT, órgão ligado à administração, para elaborar o laudo
do acidente. Se houver necessidade, o órgão poderá trazer técnicos estrangeiros.
Agopyan disse que os técnicos do IPT já estão fazendo o levantamento do material técnico disponível -projetos, cálculos, laudos etc. Ainda não se sabe se destroços do acidente serão analisados em laboratório.
Ele disse que, durante os trabalhos do órgão, não haverá necessidade de paralisação da
obra. "Já temos os dados básicos. Provavelmente isso [a continuidade da obra] não afetaria.
Até porque houve um desmoronamento e já não existem
mais as evidências."
Agopyan -PhD em engenharia civil e especialista em materiais e componentes de construção civil- disse que é cedo
para apontar o método construtivo como uma das causas.
Reportagem de ontem da Folha relatou que especialistas
consideram o uso do "tatuzão"
mais seguro que o modelo empregado na obra, que utiliza explosivos e retroescavadeiras
para perfurar as rochas.
"Acho prematuro dizer que
deveria ter sido feito assim ou
assado. Não é tão evidente."
O Consórcio Via Amarela
tem dito, desde o dia do acidente, que não comentaria as causas do desmoronamento antes
da emissão do laudo.
Desmontagem da grua
Nem as chuvas, leves pela
manhã e fortes na hora do almoço, atrapalharam ontem o
trabalho de retirada da grua de
120 toneladas e 40 metros de
altura, que continuava na borda da cratera.
O processo de desmontagem,
que contou com 30 funcionários e três guindastes de 500,
300 e 200 toneladas, começou
por volta das 6h.
Antes das 17h, toda a parte
horizontal da grua e a ponta da
torre haviam sido retiradas.
Às 7h de hoje, o Consórcio
Via Amarela pretende retomar
a desmontagem da torre da
grua -a parte vertical de sustentação. De acordo com o consórcio, todo o trabalho deve estar concluído até a próxima
quinta-feira.
Até lá, a marginal Pinheiros
continuará com interdições. À
noite, das 23h às 5h, a pista local estará toda fechada. De dia,
uma das faixas será reaberta.
Colaborou ROBERTO DE OLIVEIRA, da Revista da Folha
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