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Droga é associada a "pensamento suicida"
Essa foi uma das possibilidades de alterações psíquicas que constam na bula do Champix, medicamento antifumo da Pfizer
Novo texto foi aprovado
pela Anvisa; atualizações
fazem parte da rotina
farmacêutica, afirma o
laboratório Pfizer
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O laboratório americano Pfizer incluiu na bula do Champix,
medicamento usado por quem
quer parar de fumar, a possibilidade de alterações psiquiátricas -como pensamentos suicidas- nos usuários do produto.
O novo texto já foi aprovado
pela Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) e está
agora em fase de implementação, devendo acompanhar o
produto antitabaco em breve.
A fabricante disse ontem que
atualizações de bula fazem parte da rotina no mercado farmacêutico, à medida que novos relatos aparecem.
Em nota, a Pfizer afirmou que a atualização é
necessária "para garantir que
os profissionais de saúde e os
pacientes considerem essas novas informações ao discutirem
o tratamento com o remédio".
Além da possibilidade de
pensamentos suicidas, já haviam sido incluídas na bula outras possíveis alterações após
relatos de casos, como comportamento depressivo e agitação.
As mudanças implementadas na bula do remédio no Brasil já ocorreram também em
outros países -na última sexta,
foi a vez dos Estados Unidos.
Desde novembro, o FDA (agência americana que regula o setor de medicamentos) fazia
uma revisão de segurança no
produto após receber relatos
sobre pacientes que tiveram
pensamentos suicidas e comportamentos agressivos.
A Pfizer disse que, nos estudos clínicos com mais de 5.000
pacientes tratados com Champix, não foram verificados os
sintomas adicionados à bula recentemente e que não foi comprovada, portanto, nenhuma
relação entre causa e efeito.
O laboratório não informou
ontem, entretanto, o número
de eventos adversos registrados que fizeram com que a empresa promovesse as alterações. Segundo o setor de farmacovigilância da Anvisa, não
houve relatos de eventos adversos em 2007 e em 2008.
De acordo com o diretor médico da empresa no Brasil, João
Fittipaldi, não é apenas a quantidade de eventos que deve ser
considerada mas também outros fatores -como a credibilidade e a origem dos relatos.
Pioneiro
Lançado em 2006, o Champix foi classificado pela Pfizer
como o primeiro de um novo tipo de terapias para parar de fumar. O remédio já foi vendido a
mais de 4 milhões de pacientes
nos EUA, segundo a empresa.
A vareniclina -princípio ativo do Champix- foi projetada
para atuar no mesmo receptor
da nicotina para aliviar a ansiedade e a abstinência, enquanto
bloqueia os efeitos da nicotina.
O tratamento dura 12 semanas.
Para Jaqueline Scholz Isa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do InCor
(Instituto do Coração), ainda é
preciso cuidado na prescrição
por ser um produto novo.
Contudo, ela diz que as possíveis alterações adicionadas à
bula podem ser próprias de alguém que tenta largar o fumo,
com ou sem remédio. Segundo
ela, não foi observada nenhuma
"anormalidade" nos mais de
150 pacientes que se tratam
com o Champix no InCor. "Não
vejo motivo para pânico ou para condenar o remédio. Ele
aparenta ser bastante seguro."
Colaborou MARIO CESAR CARVALHO , da
Reportagem Local
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