|
Próximo Texto | Índice
Reféns da chuva
Rodrigo Coca/FotoArena
|
|
Motoristas esperam na marginal Tietê, que ficou alagada pelo transbordamento do rio
DA REDAÇÃO
A Grande São Paulo acordou
mais uma vez debaixo d'água,
numa tragédia que se repete cada vez que há uma chuva mais
forte. Foram pelo menos nove
mortes: quatro na capital, três
em Ribeirão Pires, uma em
Mauá e outra em Santo André.
Refém das águas que não dão
trégua desde dezembro, e sem
capacidade de reação, São Paulo ficou praticamente isolada
pela manhã. Foram 112 pontos
de alagamentos, espalhados
por todas as regiões da cidade.
Os principais rios transbordaram -Tietê, Pinheiros, Aricanduva, Tamanduateí e Pirajussara-, e todas as rodovias tiveram problemas por alagamentos ou ficaram travadas pelo congestionamento.
Foi a terceira vez que o Tietê
transbordou desde o fim da
obra de rebaixamento da calha
do rio, em 2006, quando, após
gastar quase R$ 2 bilhões, o governo do Estado anunciou o
fim das enchentes por ali.
Às 9 horas, o trânsito nas
principais vias da cidade atingiu 111 km, número acima da
média. Como a chuva forte foi
na madrugada, muita gente desistiu de sair de casa.
A chuva começou às 23h, mas
foi mais intensa entre 1h e 4h
-foram 55,5 mm de água, um
quarto do esperado para janeiro. Mas a intensidade da chuva
foi menor, por exemplo, do que
das últimas duas grandes enchentes de 2009, em setembro
e dezembro. Como o solo está
encharcado e a previsão é de
chuva forte até sábado, novos
deslizamentos podem ocorrer.
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) atribuiu a tragédia ao
excesso de chuvas e ao crescimento desordenado da cidade.
Ele foi vaiado ao visitar o Grajaú, onde três pessoas foram soterradas. O governador José
Serra (PSDB) cancelou visita à
região de Ribeirão Preto. No
Twitter, escreveu que iria "percorrer" as áreas atingidas.
Próximo Texto: Análise: Em 77 anos, nunca houve janeiro tão chuvoso Índice
|