São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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Reféns da chuva

Rodrigo Coca/FotoArena
Motoristas esperam na marginal Tietê, que ficou alagada pelo transbordamento do rio

DA REDAÇÃO

A Grande São Paulo acordou mais uma vez debaixo d'água, numa tragédia que se repete cada vez que há uma chuva mais forte. Foram pelo menos nove mortes: quatro na capital, três em Ribeirão Pires, uma em Mauá e outra em Santo André.
Refém das águas que não dão trégua desde dezembro, e sem capacidade de reação, São Paulo ficou praticamente isolada pela manhã. Foram 112 pontos de alagamentos, espalhados por todas as regiões da cidade.
Os principais rios transbordaram -Tietê, Pinheiros, Aricanduva, Tamanduateí e Pirajussara-, e todas as rodovias tiveram problemas por alagamentos ou ficaram travadas pelo congestionamento.
Foi a terceira vez que o Tietê transbordou desde o fim da obra de rebaixamento da calha do rio, em 2006, quando, após gastar quase R$ 2 bilhões, o governo do Estado anunciou o fim das enchentes por ali.
Às 9 horas, o trânsito nas principais vias da cidade atingiu 111 km, número acima da média. Como a chuva forte foi na madrugada, muita gente desistiu de sair de casa.
A chuva começou às 23h, mas foi mais intensa entre 1h e 4h -foram 55,5 mm de água, um quarto do esperado para janeiro. Mas a intensidade da chuva foi menor, por exemplo, do que das últimas duas grandes enchentes de 2009, em setembro e dezembro. Como o solo está encharcado e a previsão é de chuva forte até sábado, novos deslizamentos podem ocorrer.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) atribuiu a tragédia ao excesso de chuvas e ao crescimento desordenado da cidade. Ele foi vaiado ao visitar o Grajaú, onde três pessoas foram soterradas. O governador José Serra (PSDB) cancelou visita à região de Ribeirão Preto. No Twitter, escreveu que iria "percorrer" as áreas atingidas.


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