DA REPORTAGEM LOCAL

O sol mal se levantou por detrás do prédio da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo e o estudante de direito Ricardo Siqueira César, 20, já distribui as cartas do jogo de truco para a primeira rodada do final de semana. Copo de cerveja pela metade, ele brinca: "Aula? Neste mês a gente vem aqui basicamente pra beber."
Às 9h30 da última sexta-feira, a mesa -rodeada de garrafas vazias- está animada. Ao lado de mais quatro amigos, que também estudam na PUC, ele enumera as festas que ocorrem na primeira semana de aula. "A dos calouros é a melhor. Tem cada gata animal!"
Na mesa ao lado, quatro estudantes do curso de relações internacionais fazem o primeiro brinde do dia e filosofam sobre suas carreiras. "Estou pensando em engatar no curso de direito ou tentar ser diplomata", diz Tânia Alvarenga, 19. Ao trocar uma aula de economia pela conversa com as amigas, ela só tinha uma certeza: "O reinício da faculdade é uma festa".
Sorte de Roque Fernando, dono do bar Terceira Aula, em frente à PUC. Em períodos normais, vende 150 garrafas de cerveja por dia. Quando os estudantes voltam das férias, mais de 240. "O bar fica cheio o dia todo", comemora.
Seu colega de profissão, José Dionísio, dono do Mac-Fil, concorrido bar ao lado da universidade Mackenzie, na região central, também exibia sorriso largo ao ver mais de 50 jovens em seu bar logo às 10h.
Um deles era Marina Guedes, 20, que está no 4º semestre de arquitetura e bebia numa mesa comprida com várias amigas.

Voz da experiência
Do alto de seus 23 anos, Wagner Macedo, quintanista do curso de arquitetura, dizia a seus amigos calouros que aprendeu sua lição: "No início, é aquela empolgação e a moçada troca a classe pelo boteco. Depois, vem a fase da razão, onde você mescla as duas atividades. Hoje, aprendi a ter responsabilidade e só bebo um pouquinho."


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