São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

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NATALIDADE

Município paga operação

Apoio à vasectomia gera crítica da igreja no RS

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SAPUCAIA DO SUL (RS)

A Prefeitura de Sapucaia do Sul (RS) entrou em atrito com a Igreja Católica ao adotar, nos últimos 15 meses, a vasectomia como instrumento público e gratuito de controle da natalidade no município.
Um total de 762 homens se submeteram à cirurgia. O arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, classificou a medida de "mutilação".
O sistema adotado pelo município gaúcho estabelece que a prefeitura pague R$ 150 ao médico para a realização da cirurgia. Trata-se do valor previsto para uma intervenção pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas o encargo fica mesmo por conta da administração -não se pede reembolso ao SUS.
Com anestesia local, a cirurgia dura dez minutos. É feita uma abertura de no máximo meio centímetro na pele. Os canais que conduzem os espermatozóides são cortados e cauterizados. O homem não fica com cicatriz.
Município da região metropolitana de Porto Alegre (19 km da capital gaúcha), Sapucaia do Sul tem 123 mil habitantes (60 mil do sexo masculino) e economia centrada na indústria.
O secretário municipal da Saúde, Paulo Borges, diz que houve pedidos de casais para a vasectomia. "Trabalhamos os projetos segundo a demanda. Normalmente, é a mulher que pede. Fazemos, então, uma reunião com o casal, e os dois assinam um termo de compromisso", conta.
Em 2004, nasceram 2.000 crianças no município.


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