São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

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ANÁLISE

Grandes escolas com notas baixas perderam matrículas

HÉLIO SCHWARTSMAN
ARTICULISTA DA FOLHA

Há ao menos duas formas de ler a queda nas matrículas em universidades privadas.
Na versão mais otimista, os alunos estão procurando qualidade -o que é bom.
Na levemente pessimista, os anos dourados da expansão universitária ficaram para trás e, agora, crescer vai depender de melhorias qualitativas no ciclo básico.
As duas visões não são excludentes. O que os dados sugerem é que grandes escolas com notas baixas perderam matrículas, enquanto aquelas com bons conceitos tiveram maior procura.
Se essa for a tendência, então a regra de mercado segundo a qual as pessoas buscam o ponto ótimo entre qualidade e preço está operando.
Como educação não é uma mercadoria qualquer, alguns especialistas receavam que a concorrência não funcionaria muito bem no setor.
Evidentemente, é preferível ter um sistema que busca aprimorar-se pelo mercado a um que dependa só de intervenções do poder público.
Para o futuro, os desafios são muitos. O total de matrículas no ensino superior parece estar se estabilizando. E o Brasil precisa melhorar.
Nossa taxa de escolarização líquida no 3º grau é de 15%. A Bolívia tem 36%, a Argentina, 48%, e os EUA, 73%.
Para atingir níveis melhores, é preciso uma massa razoável de alunos com formação suficiente para prosseguir com os estudos. De cada 100 que entram no 1º ano do fundamental, apenas 36 concluem o 3º ano médio (dados de 2005). Parte deles ainda tem formação precária.


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