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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito também repreendeu publicamente seus auxiliares durante a inauguração de um posto de saúde
Serra bate boca com manifestante em evento
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa manhã tumultuada no
Jardim Ângela (zona sul), onde
inaugurou um posto de saúde, o
prefeito de São Paulo, José Serra
(PSDB), repreendeu publicamente seus auxiliares por uma falha de
comunicação, bateu boca com
um manifestante durante seu discurso no evento e chegou a descer
do carro, quando saía do local, para retomar a discussão com o grupo que protestava por causa de
atraso de repasses municipais.
Segundo o prefeito, os manifestantes estavam a serviço do PT.
Falando a uma platéia que o
aguardava havia quase uma hora
nos fundos da Unidade de Apoio
e Retaguarda de Saúde (Uars),
Serra iniciou o discurso se queixando da dificuldade de "explicar
o que está se criando aqui hoje".
Sem saber exatamente como
funcionava aquele posto de saúde, teve de recorrer a uma funcionária. Com a palavra, ela disse que
a Uars é uma unidade abrangente,
que atende a problemas de média
complexidade e conta até com um
cirurgião. "Que da próxima vez
preparem direito uma exposição", reclamou o prefeito.
Momentos depois, quando criticava a gestão Marta Suplicy (PT)
por não ter iniciado a construção
do hospital M'Boi Mirim, na região, Serra foi interrompido por
uma pessoa na platéia. Sérgio Ferreira, integrante do Caps (Centro
de Atenção Psicossocial) do bairro, lembrou que Serra esteve em
2004 no terreno onde o hospital
será construído "para pedir voto".
Empunhando um microfone
sem fio, o prefeito foi até o manifestante. "Fui pedir voto lá no terreno e vou fazer [o hospital]", disse Serra, iniciando o bate-boca.
"O problema, meu amigo, é que
no seu partido vocês ficam enrolando a população", afirmou o
prefeito tucano, acusando Ferreira de estar a serviço do PT.
Terminado o bate-boca, o prefeito voltou a criticar supostos
apoiadores da ex-prefeita, citando
um padre da região que queria rezar uma missa no terreno do hospital de M'Boi Mirim para cobrar
sua construção. "Queria que o padre Jaime tivesse feito a missa na
prefeitura anterior [sic] para que
Deus pudesse perdoar o pecado
de terem anunciado tanto o hospital e não terem feito nada."
Serra concluiu o discurso e foi
para o carro, que estava cercado
por pessoas atendidas pelo Caps.
Os manifestantes pediam os repasses da prefeitura, que estariam
atrasados há dez meses.
Quando o automóvel se preparava para sair, uma mulher bateu
no vidro lateral traseiro, onde o
prefeito estava. Ele desceu para
questionar os manifestantes.
"Vocês são contra essa unidade?
O teu partido não fez [o posto de
saúde], o teu partido parou."
"Não sou do PT, votei na Luiza
Erundina", afirmou Ferreira. "Ele
[Serra] tem de respeitar a gente",
reclamou Delio Jardim Torres,
um dos manifestantes.
O Uars do Jardim Ângela pretende atender a 300 pessoas por
dia, das 7h às 19h.
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