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Marta inflou dívida a receber, diz gestão tucana
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, afirmou ontem
que a dívida ativa da prefeitura
-tudo o que o município tem a
receber de tributos atrasados-
foi inflada pela gestão Marta Suplicy (PT) em pelo menos R$ 11
bilhões. O valor foi corrigido, segundo o auxiliar do prefeito José
Serra (PSDB), e passou de R$ 27
bilhões para R$ 16 bilhões.
Ele afirmou ainda que a prefeitura estuda uma saída jurídica para que possa pagar seus precatórios (dívidas judiciais) com a dívida ativa. "Ao mesmo tempo que a
gente tem a receber de terceiros
R$ 16 bilhões, temos de pagar R$
5,2 bilhões em precatórios", disse.
Segundo o secretário, uma alternativa é transformar o precatório num título para que a pessoa
que tem o crédito com a prefeitura possa negociá-lo com o devedor dos tributos. O devedor poderia, então, pagar seus haveres com
a prefeitura com esses títulos.
"Maquiagem"
De acordo com Costa, a dívida
ativa sofreu correções indevidas
desde 2001, por meio de um "programa de computador" que atualizava os valores a receber muito
acima do índice de correção oficial, o IPCA. "Pode ser uma tentativa de maquiagem do balanço,
mostrar uma situação que não
corresponde à realidade", disse.
O caso da "maquiagem" da dívida ativa de São Paulo foi revelado pela Folha no ano passado. Integrantes da administração Marta
negam qualquer irregularidade.
"É mais uma tentativa de descredenciar todo trabalho que foi feito
anteriormente", disse o vereador
petista Paulo Fiorilo. O parlamentar foi um dos integrantes da Comissão de Finanças da Câmara
Municipal que ouviram ontem
Costa por cerca de três horas.
O secretário foi chamado para
prestar esclarecimentos sobre a
situação financeira da prefeitura
no dia 31 de dezembro. Os vereadores questionaram os números
da equipe de Serra -que apontam um déficit deixado de R$ 1,8
bilhão- e a legalidade da portaria que estabeleceu os critérios de
pagamento aos credores. Os petistas alegam que a ex-prefeita
deixou as contas no azul e respeitou os princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal.
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