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TRAGÉDIA NO OSASCO PLAZA
Justiça não viu comprovação de que Ultragaz e BRR tiveram responsabilidade no acidente
Juiz indefere ação de vítimas de explosão
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase dez anos depois do acidente, a Justiça considerou improcedente uma ação civil pública
movida pela associação que representa as vítimas da explosão
do Osasco Plaza Shopping (na
Grande São Paulo) contra a Companhia Ultragaz S.A. e a BRR Gerenciamento e Planejamento S.A.
O acidente, ocorrido em junho
de 1996, causou a morte de 42 pessoas e deixou mais de 300 feridas.
A explosão foi provocada pelo
acúmulo de gás em um espaço livre entre o piso e o solo.
De acordo com a ação, as empresas seriam responsáveis por
terem se omitido de apurar deficiências nas instalações de gás do
shopping. Para o juiz da 5º Vara
Cível de Osasco, Manoel Barbosa
de Oliveira, não houve comprovação da responsabilidade das empresas na explosão.
O advogado da associação das
vítimas, Flávio Yarshell, disse que
vai recorrer da decisão. Para a
presidente da associação, Jacy
Malagoli, as empresas "sabiam do
problema com o gás e deixaram
acontecer". De acordo com ela,
muitas vítimas estão prejudicadas
até hoje porque não têm dinheiro
para custear tratamento médico.
Sua filha Janaína, 27, teve que
passar por 15 cirurgias após ter a
perna direita esmagada, sofrer
traumatismo craniano e fratura
na coluna devido à explosão.
Hoje, ela faz fisioterapia, mas
ainda sente dores fortes. Segundo
Jacy, Janaína precisa de tratamentos especializados que a família
não tem condições de arcar. "Já
gastamos bem mais do que recebemos de indenização", afirma
ela, sem falar em valores.
Indenizações
Na época do acidente, o Ministério Público Estadual moveu
uma ação contra o shopping e
seus empreendedores. Os réus foram condenados, pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), a pagar
indenização às vítimas, informou
o promotor Ademir Perez. Para
ele, não cabe ação das vítimas
contra a empresa de gás, pois o
shopping que mantinha relação
jurídica com elas.
A maioria das pessoas e famílias
atingidas pela explosão já fez
acordo com o shopping para receber indenizações. Segundo a associação, o valor médio para cada
família foi de R$ 50 mil.
O shopping não diz quantas indenizações pagou. Afirma apenas
que gastou R$ 25 milhões em valores corrigidos.
O empreendimento está processando a Ultragaz e a BRR por
danos morais e materiais e quer
reaver o montante gasto.
Segundo o promotor, as vítimas
que fizeram acordo com o shopping e provarem que a quantia recebida não é suficiente podem
pleitear aumento da indenização.
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