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SEGURANÇA
Ação ocorreu no oitavo dia da megaoperação do Exército no Rio; grupo armado foi rechaçado por sentinelas
Criminosos tentaram invadir Base Aérea
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
A megaoperação do Exército no
Rio não diminuiu a ousadia de
criminosos nem impediu novas
tentativas de roubos de armas em
instalações militares. No sábado,
11 de março, oitavo dia de ocupação de favelas da cidade por tropas, a Base Aérea de Santa Cruz
sofreu uma tentativa de invasão
de criminosos que procuravam
armamento.
Aparentemente, a estratégia do
Exército de demonstrar poder para prevenir futuras invasões não
funcionou para a co-irmã. A Base
Aérea é uma das maiores unidades da Aeronáutica no Rio e já foi
alvo de furto de dois fuzis em
2004.
Seis pessoas armadas -duas
com fuzis e quatro com pistolas-
tentaram entrar na base no sábado, com roupas camufladas.
"Imediatamente foram detectados pela equipe de vigilância daquela base, que acionou o pelotão
de defesa, comandado pelo oficial
de dia", informou a assessoria de
comunicação do 3º Comar (Comando Aéreo Regional) da Força
Aérea Brasileira (FAB).
Foram rechaçadas pelas sentinelas. Houve intensa troca de tiros. A assessoria de comunicação
da FAB informou que o incidente
aconteceu às 17h de sábado. Moradores da Base Aérea e militares
ouvidos pela Folha disseram que
a ação ocorreu de madrugada.
Segundo a FAB, quando o pelotão de defesa solicitou identificação aos criminosos, os militares
foram alvejados. Iniciou-se aí o tiroteio e os seis invasores fugiram.
Não houve feridos.
Um morador das proximidades
chegou a ser detido, segundo militares da base, pois os criminosos
teriam entrado na base pelo quintal de sua casa.
De acordo com o relato de moradores da base e de militares, a
invasão ocorreu pelos fundos da
base, próximo a uma localidade
conhecida como Lagoa Azul.
Perdas
A Força Aérea Brasileira é, das
três forças, a que mais tem perdido armas para o crime organizado. Em maio de 2004, 22 fuzis
HK-33, uma pistola calibre 9 milímetros, quatro carregadores de
fuzil e coletes à prova de balas foram roubados de um depósito da
Aeronáutica na avenida Brasil, na
altura de Bonsucesso (zona norte
do Rio). Cinco homens armados
foram os autores do roubo. Apenas um fuzil foi recuperado.
A FAB teve ao menos 99 armas
roubadas ou desviadas entre os
anos de 1998 e 2006. Apesar disso,
ao menos 40 armas, de calibres diversos, já recuperadas pelas polícias Civil e Militar em operações
junto ao crime organizado, ainda
não foram recolhidas pela Aeronáutica e a Marinha na Divisão de
Fiscalização de Armas e Explosivos (Dfae) da Polícia Civil.
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