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Lixeiros decidem hoje se farão greve a partir de 2ª
Categoria iniciou operação-padrão, que interrompeu o envio do lixo aos aterros
Eles reivindicam 12%
de aumento salarial, mas sindicato patronal já avisou que empresas não têm condições de dar reajuste
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os garis e lixeiros de São Paulo decidem hoje, em assembléia, se a categoria entrará em
greve a partir de segunda-feira.
Desde anteontem, os funcionários já estão em "operação-padrão". Moacyr Pereira, do
Siemaco (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação e Limpeza
Urbana de São Paulo), disse que
a operação não afeta a população, mas prejudica a logística
das empresas.
Segundo ele, o lixo recolhido
está se acumulando nos locais
de transbordo (depósito provisório), de onde deveria ser levado para os aterros sanitários.
A categoria, cuja data-base é
março, reivindica 12% de aumento. O sindicato patronal já
avisou que as empresas não
têm condições de dar nenhum
aumento. O piso salarial do varredor é de R$ 544. Os coletores
têm piso de R$ 647. O último
reajuste foi de 5,5% em março
do ano passado.
As empresas de coleta de lixo
aproveitam a ameaça dos trabalhadores para pressionar a
prefeitura a renegociar o contrato de concessão do serviço.
O secretário de Coordenação
das Subprefeituras, Andrea
Matarazzo, disse que a prefeitura não aceitará pressão. "A
fiscalização vai multar. A cidade está limpa e não vamos admitir que a qualidade caia."
A queda-de-braço entre o governo municipal e as empresas
de coleta de lixo começou com
a posse na prefeitura, em janeiro de 2005, de José Serra
(PSDB), atual governador.
Na época, Serra ameaçou
romper o contrato de concessão, assinado em outubro de
2004, no fim da gestão de Marta Suplicy (PT), por considerar
que os valores eram abusivos.
O resultado é que a prefeitura cortou em cerca de 40% os
repasses às empresas, que até
hoje reclamam. Além disso, ficou acertado que a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas) faria uma análise
do custo para a renegociação do
contrato. Mas até hoje o contrato não foi renegociado.
Entre as discussões está a definição sobre a construção de
um novo aterro sanitário. Há
uma semana o lixo não é levado
para o aterro Bandeirante, o
maior da cidade, mas que já está com sua capacidade praticamente esgotada. As empresas
estão despejando o lixo em um
aterro em Caieiras.
A Folha procurou ontem o
secretário de Serviços, Dimas
Ramalho, mas não obteve resposta. Ramalho é o responsável
pela gestão dos contratos e se
reuniu ontem com o presidente do sindicato patronal.
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