São Paulo, quinta-feira, 22 de março de 2007

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Crescimento da economia chinesa leva colégios a incluírem idioma na grade

Danilo Verpa/Folha Imagem
O professor Yu Hsien Chuang ensina chinês a alunos com idade entre 8 e 14 anos na escola Cidade Jardim Playpen, em São Paulo


FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ana Tereza, 10, teve sua quarta aula de chinês ontem, em uma escola particular da zona oeste de São Paulo. Ao explicar o porquê de ter escolhido o idioma, ela parece conhecer as projeções feitas por economistas de crescimento do país asiático. "Estudar a língua agora será importante se eu for trabalhar lá depois", contou.
O caso de Ana Tereza exemplifica o crescente interesse de estudantes, de diferentes idades, da rede privada de ensino pelo mandarim -em geral, a expectativa é que o aprendizado da língua neste momento traga benefícios profissionais.
"Consideramos o crescimento da economia chinesa, que se reflete no fato de que cinco pais de alunos já foram para lá a trabalho", disse Lyle French Gordon, diretor pedagógico do colégio Cidade Jardim Playpen, onde estuda Ana Tereza e que implementou o chinês como disciplina opcional neste semestre.
A escola é bilingüe (português/inglês) e tem mensalidades na casa dos R$ 2.300 (período integral).

Crescimento
Não há um levantamento oficial que mostre quantas escolas oferecem o mandarim. Aquelas que ensinam o idioma têm registrado crescimento na procura -embora o mercado de trabalho ressalte que o inglês ainda seja a língua mais requisitada.
O colégio Sidarta, na Granja Viana (condomínio de alto padrão em Cotia, na Grande São Paulo), tem o chinês na grade curricular até a quinta série. Depois, o aluno escolhe entre este idioma e o espanhol. Desde 2005, o colégio registra um aumento anual de 15% na procura pelo chinês -o colégio possui 400 alunos, que pagam uma mensalidade mínima de R$ 1.600 (período integral).
A Mandarim, escola especializada no idioma, afirma que houve um aumento de 50% nas matrículas de 2006 para 2007. O estabelecimento possui agora 300 alunos. "Quando começamos, em 2005, quase todos eram executivos. Agora, 30% já são alunos universitários", disse o diretor da Mandarim, Victor Key Harada.
A escola possui convênios com instituições de ensino superior como PUC-SP, Trevisan e Ibmec, o que rende desconto aos estudantes -um semestre do curso de chinês custa R$ 1.200.

Inglês
A empolgação pelo chinês é vista com ressalvas pelo diretor-geral da Catho (consultoria de recolocação profissional), Adriano Arruda. "O mais importante para um profissional hoje ainda é o inglês, que é a língua que o mundo todo fala. E vai ser por muito tempo", avalia.
Mesmo para quem já tem inglês fluente, Arruda defende que outros idiomas podem ser mais úteis.
"A China, apesar do crescimento, ainda é um campo restrito para os brasileiros. Vale para aqueles que têm ligações com aquele país."


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