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MARIO FRANCISCO DE ASSIS (1945-2010)
Mestre Verdelinho, cantador alagoano
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com apenas oito anos, o
pequeno Mario Francisco de
Assis decidiu fugir de casa
para seguir Benedito e Curió,
uma dupla de cantadores que
havia se hospedado por um
tempo na casa de seus pais.
É que, quando a visita foi
embora, o menino sentiu um
enorme vazio em casa. Juntou-se aos dois e foi aprender
a cantar por aí.
Nessa época, o garoto da
alagoana Coqueiro Seco, que
hoje tem 5.525 habitantes,
virou Verdelinho, que é um
nome de passarinho. Naqueles tempos, como ele contou
numa de suas entrevistas, todo cantador da região tinha
nome assim, de pássaro.
Foi batucando seu pandeiro e cantando de improviso
suas mais de 300 músicas no
ritmo do coco alagoano que
ele virou mestre Verdelinho.
Um mestre que foi engraxate, apresentou-se em feiras e em vários festivais e se
aposentou como funcionário
de um teatro com um salário
de 500 e poucos reais, como
conta o filho Josenildo, 27.
Da Secretaria de Cultura
do Estado ele reclamava da
falta de interesse por sua
obra e de não receber apoio.
Em 2006, época em que
realizou o desejo de ter o primeiro CD lançado, sofreu
um AVC (acidente vascular
cerebral) e foi forçado a parar de se apresentar.
Seu maior sonho ele alcançou: ter uma casa que, apesar
de humilde, era própria.
Há algum tempo, descobriu um câncer de bexiga. Na
quinta, aos 65, mestre não
resistiu à doença e morreu.
Teve três filhos e três netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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