São Paulo, terça-feira, 22 de março de 2011

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Trem "velho" volta ao metrô de cara nova

Composições antigas ganham ar e câmeras e devem começar a operar até o final de abril na linha 3-vermelha

Vida útil desses trens será menor que a dos zero-quilômetro; em 2014, 90% da frota terá a nova configuração

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

A partir do mês que vem, os passageiros da superlotada linha 3-vermelha vão conviver com uma situação inédita no metrô de São Paulo.
Eles serão transportados em trens com quase três décadas de uso e, ao mesmo tempo, praticamente novos -com ar-condicionado, câmeras de vigilância e novo layout dentro dos vagões.
Até a última semana de abril, devem começar a operar as duas primeiras composições modernizadas da história do metrô. Fazem parte de um lote de 98 que inclui também a linha 1-azul e que será entregue até 2014 -ano em que mais de 90% da frota terá a nova configuração.
Promessa do governo anterior que sofreu atrasos, as composições renovadas estão na etapa final de testes.
Uma delas, a T301, percorreu uma distância equivalente a 237 voltas ao redor do mundo, a partir de 1984, e foi encaminhada para reformulação no ano passado.
A nova roupagem dos trens antigos inclui, além de ar e câmeras, sensores para detectar fumaça, monitores, aparelho de comunicação entre passageiros e condutor no caso de emergência e um sistema de freios para evitar a redução da velocidade nos dias de chuva -mas que só deverá ter resultado quando toda a frota estiver pronta.
Dentro dos vagões, serão iguais aos 33 novos trens recém-comprados pelo metrô, com menos bancos e possibilidade de mais gente em pé.
A previsão divulgada nos últimos anos era a de um aumento de 10% na capacidade total de usuários da frota nova e redução de um quarto do espaço para ir sentado.
"A quantidade de assentos é menor para atender a normas de acessibilidade e circulação interna", afirma Sérgio Avelleda, presidente do Metrô, em referência, por exemplo, aos novos espaços para cadeiras de rodas.
O principal ganho de conforto, na avaliação dele, será devido ao ar-condicionado -em razão da elevação da temperatura nas últimas décadas, agravada pela superlotação dentro dos vagões.

VIDA ÚTIL
Dos 98 trens fabricados nos anos 70 e 80 que passarão por modernização, 51 são da linha 1, e 47, da linha 3.
A previsão do Metrô é que no final deste ano 12 deles estejam prontos. Para evitar desfalque na frota em operação, só dois são enviados para reforma simultaneamente.
O custo próximo de R$ 1,8 bilhão para repaginar e equipar os trens, de acordo com a estatal, equivale de 60% a 70% do valor para a aquisição de composições novas.
Mas a vida útil deles será menor -20 anos, contra 30 anos de um zero-quilômetro.
"Ao trocar sistemas de tração, reduzem-se os custos com manutenção e consumo de energia", diz Avelleda.


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