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Para balonista, religioso foi imprudente
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
O balonista Miguel Leiva, 53, que tem mais de 20
anos de experiência como
piloto, disse que o padre
Carli cometeu uma "grande imprudência" ao levantar vôo com chuva e sem
equipamentos adequados.
"Com isso não se brinca.
Eu piloto todo fim de semana em Boituva [116 km
de SP] e cancelei dois vôos
por causa das condições
do tempo. Lá, pelo que vi,
estava chovendo. Isso faz o
piloto ganhar peso", afirmou o balonista.
Leiva assistiu a imagens
do vôo pela TV e disse que
o padre foi tão "incauto
quanto possível". "Ele parecia subir muito rápido.
Os balões poderiam estourar no meio do caminho."
Para o piloto, os equipamentos não eram adequados. "Capacete e botas não
servem pra nada. Se ele
caísse, não iria se salvar. A
roupa térmica é insuficiente para aquela altura."
Leiva calcula que, a
5.400 metros, a temperatura seja de -19ºC. Segundo ele, para voar a partir de
4.000 metros de altitude
ele deveria usar máscara
de oxigênio.
Delegado
Segundo o balonista,
não há uma norma da
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) ou da Aeronáutica que autorize vôos
como o do padre. "Quem
pode impedir é apenas o
delegado da cidade. Ele
pode chegar ao chão e ser
preso por ter colocado a vida dele e de terceiros em
perigo."
Leiva afirmou que, para
obter licença para voar em
balões convencionais, é
necessário fazer curso e
passar por uma banca da
Anac.
No curso, o candidato
recebe aulas de meteorologia, navegação, técnica e
teoria de vôo, e cumpre ao
menos 18 horas de aula
prática -duas delas em
vôo solo.
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