São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2007

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Secretário Pinotti pediu bolsa de estudo da USP para assessor

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, pediu à reitora da USP, Suely Vilela, uma bolsa em um curso de pós-graduação para um assessor de seu gabinete.
A carta é datada de 2 de fevereiro, um mês após a sua posse na secretaria criada pelo governador José Serra (PSDB).
As assessorias da USP e de Pinotti dizem que o procedimento não é ilegal, pois as fundações ligadas à USP reservam bolsas de estudos para funcionários públicos em seus cursos.
No ofício, de número 05/ 2007, Pinotti faz a indicação e diz estar "confiante de merecer uma breve e favorável manifestação" da reitora.
Joedson Carneiro Nunes, o assessor indicado por Pinotti, é funcionário de carreira do governo do Estado e acabou não fazendo o curso.
Ele foi reprovado no processo de seleção do curso de pós-graduação em gestão de projetos da Fundação Vanzolini, ligada à Escola Politécnica.
Tanto a Secretaria de Ensino Superior como a universidade negam que tenha havido uma tentativa de privilegiar um assessor de Pinotti.
Em nota oficial divulgada ontem, o secretário Pinotti afirma: "Informamos que a Fundação Vanzolini realiza cursos de extensão que são pagos. Como a entidade está ligada à USP foi feita uma carta de apresentação à reitora para um funcionário dessa secretaria com dificuldades financeiras e méritos pessoais, que pretendia concorrer a uma bolsa de estudo no curso de gestão de projetos".
Márcia Furtado Avanza, assessora de imprensa da reitoria da USP, disse que a carta foi roubada e que sua publicação é ilegal.
Questionada se não seria um pedido de privilégio do secretário para um assessor, ela negou. "Não tem proteção aqui. Se é assim, vou divulgar gente bam-bam-bam da Folha que já me perguntou coisas parecidas. Entendeu? Gente bam-bam-bam aí dentro", afirmou.
Indagada pela reportagem sobre quem teria feito os pedidos à universidade, ela disse: "não vou dizer".
A USP registrou em boletim de ocorrência na polícia o furto do documento, que estaria no prédio da reitoria, invadido há 18 dias por estudantes.
João Paulo Sebastião, do comitê de comunicação do movimento de invasão da reitoria, disse que o grupo não é responsável pelo sumiço da carta nem pela distribuição à imprensa.


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