|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Secretário Pinotti pediu bolsa de estudo da USP para assessor
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti,
pediu à reitora da USP, Suely
Vilela, uma bolsa em um curso
de pós-graduação para um assessor de seu gabinete.
A carta é datada de 2 de fevereiro, um mês após a sua posse
na secretaria criada pelo governador José Serra (PSDB).
As assessorias da USP e de Pinotti dizem que o procedimento não é ilegal, pois as fundações ligadas à USP reservam
bolsas de estudos para funcionários públicos em seus cursos.
No ofício, de número 05/
2007, Pinotti faz a indicação e
diz estar "confiante de merecer
uma breve e favorável manifestação" da reitora.
Joedson Carneiro Nunes, o
assessor indicado por Pinotti, é
funcionário de carreira do governo do Estado e acabou não
fazendo o curso.
Ele foi reprovado no processo de seleção do curso de pós-graduação em gestão de projetos da Fundação Vanzolini, ligada à Escola Politécnica.
Tanto a Secretaria de Ensino
Superior como a universidade
negam que tenha havido uma
tentativa de privilegiar um assessor de Pinotti.
Em nota oficial divulgada ontem, o secretário Pinotti afirma: "Informamos que a Fundação Vanzolini realiza cursos de
extensão que são pagos. Como
a entidade está ligada à USP foi
feita uma carta de apresentação à reitora para um funcionário dessa secretaria com dificuldades financeiras e méritos
pessoais, que pretendia concorrer a uma bolsa de estudo no
curso de gestão de projetos".
Márcia Furtado Avanza, assessora de imprensa da reitoria
da USP, disse que a carta foi
roubada e que sua publicação é
ilegal.
Questionada se não seria um
pedido de privilégio do secretário para um assessor, ela negou.
"Não tem proteção aqui. Se é
assim, vou divulgar gente bam-bam-bam da Folha que já me
perguntou coisas parecidas.
Entendeu? Gente bam-bam-bam aí dentro", afirmou.
Indagada pela reportagem
sobre quem teria feito os pedidos à universidade, ela disse:
"não vou dizer".
A USP registrou em boletim
de ocorrência na polícia o furto
do documento, que estaria no
prédio da reitoria, invadido há
18 dias por estudantes.
João Paulo Sebastião, do comitê de comunicação do movimento de invasão da reitoria,
disse que o grupo não é responsável pelo sumiço da carta nem
pela distribuição à imprensa.
Texto Anterior: Invasão interferirá no pagamento aos funcionários Próximo Texto: Garota é morta durante tentativa de assalto Índice
|