São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2007

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SP bate recorde de casos de dengue

Foram 835 registros na cidade de São Paulo até o dia 16 de maio, contra 760 em todo o ano de 2003

Apesar do número inédito de casos contraídos no próprio município, não foi atingida a marca que configura uma epidemia

THARSILA PRATES
DO "AGORA"

O número de casos de dengue registrados na cidade de São Paulo até agora já ultrapassou o recorde histórico de 2003, quando 760 pessoas contraíram a doença.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, até o dia 16 de maio foram confirmados 835 casos autóctones (contraídos no próprio município). O número foi divulgado ontem pela secretaria.
Mesmo com o novo recorde, a capital não vive uma epidemia da doença. Isso só acontece quando existem ao menos 300 casos por 100 mil habitantes.
Na cidade, o número de casos para cada grupo de 100 mil paulistanos é de 7,59.
O cálculo é feito dividindo o total de notificações pelo número de habitantes.
Em 2006, a capital registrou 466 casos de dengue. No ano anterior, foram 37 os casos confirmados. Em 2004, a capital teve dez, e, em 2003, 760.
Para a coordenadora do programa municipal de Vigilância e Controle da Dengue, Bronislawa de Castro, o aumento no número de casos neste ano se deve a alguns fatores, como a questão climática e a propagação do mosquito em locais de urbanização precária e de alta densidade populacional.
"O clima quente acelera o ciclo de reprodução do mosquito, que pode ser reduzido de 15 para sete dias. Além disso, tivemos muitos casos em áreas precárias", afirmou.
Os distritos administrativos mais afetados, até o dia 16 de maio, são Raposo Tavares, com 93 casos confirmados, Penha, com 73, e Campo Limpo, com 61 registros da doença. Juntos, os três distritos somam 227 notificações, o que representa 27% do total.
Há distritos, no entanto, que ainda não tiveram nenhum caso confirmado de dengue, como Anhangüera, Barra Funda, Belém, Campo Grande, Itaim Bibi, Jaguaré, Jardim Paulista, Marsilac, Moema, Morumbi, Parelheiros, República, Santo Amaro, Socorro, Tatuapé e Vila Leopoldina.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a ocorrência de novos casos costuma cair a partir de maio. O período entre julho e dezembro -mais frio e com menos chuvas- não propicia a reprodução do agente transmissor da doença, o mosquito Aedes aegypti.
"Mas o município não pode relaxar", afirma Bronislawa de Castro.

Municípios com epidemia
Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, 90 enfrentam uma epidemia de dengue. É o que mostrou o último balanço da doença, divulgado na semana passada pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica).


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