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Alegando ser ré, Tânia se nega a responder perguntas de comissão
da Reportagem Local
Tânia de Paula, ex-assessora e
ex-namorada de Vicente Viscome,
se recusou ontem a responder perguntas que incriminassem o parlamentar durante depoimento à comissão processante que decide sobre a cassação do vereador.
O aviso de que não daria informações à comissão foi dado logo
na primeira pergunta de seu depoimento. Ela tinha sido questionada se reconhecia o depoimento
que tinha dado à polícia e à CPI.
"Vou utilizar meu direito de permanecer calada. Também sou ré
em um processo e as perguntas podem me prejudicar", respondeu.
A mesma resposta foi usada por
Tânia para não dar informações
sobre esquemas de propina na administração Regional da Penha.
Ela também se recusou a dizer a
origem do dinheiro que entregava
a Viscome. Na CPI, ela havia dito
que o vereador recebia dinheiro de
propina de esquemas com empresas de lixo, por exemplo.
Quando chegou à Câmara, Tânia
fez declarações a Viscome. "Ele
ainda é o homem que eu amo. Faz
três meses que não o vejo. Tenho
que deixar a adrenalina baixar para decidir o que vou dizer", disse.
O vereador Vicente Viscome,
que acompanhava a sessão, chegou a dormir durante o depoimento de Tânia.
Ele foi atendido por uma enfermeira da Câmara, recebeu remédio para dor de cabeça e teve a
pressão medida.
De acordo com o advogado Ademar Gomes, Viscome estava cansado e entediado com os depoimentos repetitivos.
Outras cinco testemunhas prestaram depoimento ontem e confirmaram o que já haviam dito à polícia e à CPI. O deputado estadual
Conte Lopes afirmou que o dono
da empresa Panco diz ter sido
obrigado a doar dez carros à campanha política de Viscome.
Os ex-funcionários da Regional
da Penha Clóvis Feitosa de Araújo,
Nilton Figueiredo Silva e Pedro
Antonio Saul declararam que havia um esquema de arrecadação de
propina na regional. Francisca Bezerra, vice-presidente da Associação dos Nordestinos, declarou que
Tânia pediu dinheiro em nome do
vereador para autorizar o funcionamento de uma feira.
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