São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Só 62 escolas têm nível de país desenvolvido

Apenas 0,33% de 18.653 colégios públicos de 5ª a 8ª série avaliados no Brasil obtiveram nota acima da média em exame

Entre as escolas de 1ª à 4ª séries, apenas 166, de 27.951 (0,59%), obtiveram nota 6; a maior parte delas está localizada no Sudeste

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em apenas 62 escolas públicas do país, de 18.653 avaliadas (0,33%), os alunos de 5ª a 8ª séries têm uma educação do mesmo nível da média dos países desenvolvidos.
Esses colégios são os únicos que alcançaram ou superaram a nota 5,5 no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), valor considerado pelo Ministério da Educação como padrão dos países desenvolvidos -e a meta a ser alcançada por essas séries em 2022.
O Ideb é calculado a partir dos resultados da Prova Brasil e do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), ambos aplicados pelo ministério nas redes de todo o país, e das taxas de aprovação (que consideram a repetência).
Os números dos primeiros anos do ensino fundamental -1ª a 4ª série- não são melhores. Apenas 166 escolas, de um total de 27.951 -o equivalente a 0,59%-, obtiveram nota 6, considerada pelo ministério o parâmetro. A maior parte delas está localizada no Sudeste: 70 em Minas Gerais, 46 em São Paulo e 17 no Paraná.
As duas piores, com nota 0,1 no Ideb, são a escola municipal Esfinge, que fica em Lauro de Freitas, na Bahia, e a Monteiro Lobato, na cidade de Reserva do Iguaçu, no Paraná.
A melhor é a Guiomar Gonçalves Neves, na cidade de Trajano de Moraes, no Rio de Janeiro, Estado que tem também a segunda colocada, em São Sebastião do Alto.
Já a escola paulista mais bem colocada no ranking aparece em terceiro lugar -é a escola municipal Profª Helena Borsetti, na cidade de Matão (305 km de São Paulo).
O resultado das escolas da rede estadual de São Paulo não foi divulgado porque apenas uma amostra dos estudantes participou do Saeb.

Resultado "relativo"
Para o presidente do Inep (instituto de pesquisas ligado ao MEC), Reynaldo Fernandes, falar em resultado bom ou ruim é algo "relativo". Ele afirmou, contudo, que o fato de a maior parte das escolas estar abaixo dos índices dos países desenvolvidos não é surpreendente, uma vez que o Pisa, avaliação internacional, já mostrava em 2003 o Brasil nas piores colocações dentre 41 países.
Fernandes preferiu enfatizar as metas que vêm com a divulgação dos resultados por escola -para cada uma, há resultados de dois em dois anos, até 2021. As escolas, porém, não são obrigadas a persegui-las, uma vez que estão sob a guarda dos Estados e municípios.
No total, foram avaliadas 55.967 escolas, mas nem todas receberam notas no Ideb.

Plano de Desenvolvimento
Ontem, em solenidade no Palácio do Planalto, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou o Plano de Desenvolvimento da Escola, que irá oferecer apoio técnico e financeiro às 5.000 escolas com pior nota no Ideb. Os recursos previstos para o projeto, que faz integra o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), são de R$ 30 milhões.


Texto Anterior: Valor foi para pagar policial que faz bico, diz advogado
Próximo Texto: Pais de alunos da escola com maior índice em SP cobram organização e mais professores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.