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Só 62 escolas têm nível de país desenvolvido
Apenas 0,33% de 18.653 colégios públicos de 5ª a 8ª série avaliados no Brasil obtiveram nota acima da média em exame
Entre as escolas de 1ª à 4ª séries, apenas 166, de 27.951 (0,59%), obtiveram nota 6; a maior parte delas está localizada no Sudeste
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em apenas 62 escolas públicas do país, de 18.653 avaliadas
(0,33%), os alunos de 5ª a 8ª séries têm uma educação do mesmo nível da média dos países
desenvolvidos.
Esses colégios são os únicos
que alcançaram ou superaram
a nota 5,5 no Ideb (Índice de
Desenvolvimento da Educação
Básica), valor considerado pelo
Ministério da Educação como
padrão dos países desenvolvidos -e a meta a ser alcançada
por essas séries em 2022.
O Ideb é calculado a partir
dos resultados da Prova Brasil e
do Saeb (Sistema de Avaliação
da Educação Básica), ambos
aplicados pelo ministério nas
redes de todo o país, e das taxas
de aprovação (que consideram
a repetência).
Os números dos primeiros
anos do ensino fundamental
-1ª a 4ª série- não são melhores. Apenas 166 escolas, de um
total de 27.951 -o equivalente
a 0,59%-, obtiveram nota 6,
considerada pelo ministério o
parâmetro. A maior parte delas
está localizada no Sudeste: 70
em Minas Gerais, 46 em São
Paulo e 17 no Paraná.
As duas piores, com nota 0,1
no Ideb, são a escola municipal
Esfinge, que fica em Lauro de
Freitas, na Bahia, e a Monteiro
Lobato, na cidade de Reserva
do Iguaçu, no Paraná.
A melhor é a Guiomar Gonçalves Neves, na cidade de Trajano de Moraes, no Rio de Janeiro, Estado que tem também
a segunda colocada, em São Sebastião do Alto.
Já a escola paulista mais bem
colocada no ranking aparece
em terceiro lugar -é a escola
municipal Profª Helena Borsetti, na cidade de Matão (305
km de São Paulo).
O resultado das escolas da rede estadual de São Paulo não foi
divulgado porque apenas uma
amostra dos estudantes participou do Saeb.
Resultado "relativo"
Para o presidente do Inep
(instituto de pesquisas ligado
ao MEC), Reynaldo Fernandes,
falar em resultado bom ou ruim
é algo "relativo". Ele afirmou,
contudo, que o fato de a maior
parte das escolas estar abaixo
dos índices dos países desenvolvidos não é surpreendente,
uma vez que o Pisa, avaliação
internacional, já mostrava em
2003 o Brasil nas piores colocações dentre 41 países.
Fernandes preferiu enfatizar
as metas que vêm com a divulgação dos resultados por escola
-para cada uma, há resultados
de dois em dois anos, até 2021.
As escolas, porém, não são obrigadas a persegui-las, uma vez
que estão sob a guarda dos Estados e municípios.
No total, foram avaliadas
55.967 escolas, mas nem todas
receberam notas no Ideb.
Plano de Desenvolvimento
Ontem, em solenidade no Palácio do Planalto, o ministro da
Educação, Fernando Haddad,
anunciou o Plano de Desenvolvimento da Escola, que irá oferecer apoio técnico e financeiro
às 5.000 escolas com pior nota
no Ideb. Os recursos previstos
para o projeto, que faz integra o
PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), são de R$
30 milhões.
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