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Suspeito de ocultar fraude, ex-chefe da polícia é denunciado
Maurício Freire não repassou à Corregedoria acusação de fraude em concurso para perito, afirma Promotoria
Policial disse que não recebeu formalmente a suspeita e que só
teve conhecimento parcial dos problemas
DE SÃO PAULO
O chefe da Polícia Civil de
São Paulo entre 2007 e 2009,
o delegado Maurício Lemos
Freire, foi denunciado pelo
Ministério Público Estadual à
Justiça sob a acusação de encobrir uma fraude em um
concurso para a contratação
de peritos para a polícia paulista, em 2005.
À época da fraude, ele era
o responsável pela Academia
de Polícia.
Um documento assinado
pela banca organizadora do
concurso alertou-o de que a
seleção havia sido fraudada.
O texto apontava como
responsável Osvaldo Negrini
Neto, então segundo homem
mais importante da hierarquia do IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo.
Em vez de informar a Corregedoria-Geral da Polícia Civil para que a denúncia de
fraude fosse investigada,
Freire, na avaliação da Promotoria, nada fez e, por isso,
deve ser processado agora.
GABARITOS
Segundo a denúncia formal da banca organizadora,
Negrini vendeu gabaritos e
incluiu irregularmente nomes de reprovados na lista de
aprovados.
A falta de ação de Freire foi
revelada pela Folha em dezembro de 2009, quando a
corregedoria começou a agir
no caso.
No documento a Freire, a
banca do concurso pediu a
substituição "imediata" de
Negrini como forma de "preservar a seriedade e credibilidade desta Academia de Polícia", mas a solicitação não
foi atendida.
PARCIAL
À corregedoria, Freire disse que não tinha atribuição
de afastar Negrini, que não
recebeu formalmente a denúncia da banca do concurso
e que só teve conhecimento
parcial dos problemas.
O secretário da Segurança
Pública, Antonio Ferreira
Pinto, resolveu afastar Negrini do cargo de diretor do IC
no fim de 2009.
Negrini é alvo de uma ação
judicial por improbidade administrativa pelas denúncias
desde abril.
Ele sempre negou qualquer irregularidade no concurso para peritos.
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