DO ENVIADO A UNIÃO DOS PALMARES

Nas escolas transformadas em abrigos para flagelados, em União dos Palmares (a 80 km de Maceió), famílias dividem pequenos espaços delimitados por carteiras escolares e objetos recolhidos em meio aos destroços.
Sobre colchões úmidos e sujos de lama, crianças e cachorros dormem lado a lado. Sem água e energia elétrica na cidade, não há higiene nos sanitários. O mau cheiro é forte no local e as pessoas tomam banho com canecas.
Segundo a médica Angela Auto, crianças apresentam diarreia, e a gripe começa a se disseminar entre elas.
"Não existe ainda uma epidemia de doenças provocadas pela chuva, como a leptospirose, mas isso deve acontecer a partir da próxima semana", afirmou.

ENFILEIRADOS
Os desabrigados reclamam da falta infraestrutura nos alojamentos.
"À noite, colocamos os colchões e lençóis no chão e dormimos todos enfileirados", diz o trabalhador rural Manoel Camilo da Silva, 41.
Na cidade vizinha, Branquinha, histórias de tragédias se repetem. A dona de casa Maria Severina da Silva Clemente, 59, chora desde a sexta-feira porque acredita que seu filho José Cícero, 40, morreu durante a cheia.
"Ele ajudou a família a levar os móveis de casa para o vizinho e depois foi ajudar outro amigo, mas a correnteza derrubou a casa e ele sumiu", conta a mãe. (FG)


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