São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2011

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Prefeito de Taubaté e primeira-dama são presos pela PF

Casal é suspeito de desviar verba federal em contratos superfaturados e sem licitação de merenda e remédios

Ex-diretor de compras do setor de licitações da prefeitura também foi preso em operação feita pela Polícia Federal


ADRIANA FERRAZ
DO "AGORA"

SÍLVIA FREIRE
ENVIADA ESPECIAL A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)

O prefeito de Taubaté (140 km de SP), Roberto Peixoto (PMDB), e a primeira-dama, Luciana Peixoto, foram presos ontem de manhã, em casa, pela Polícia Federal.
O casal é suspeito de desviar verba federal em contratos superfaturados e firmados sem licitação com empresas de merenda escolar e fornecedoras de medicamentos.
O ex-diretor de compras do setor de licitações da prefeitura, Carlos Anderson dos Santos, também foi preso. Ele está afastado do cargo há cerca de dois anos, quando começaram as investigações.
As supostas fraudes foram reveladas por um ex-chefe de gabinete. Segundo testemunhas, apenas o contrato firmado com as duas empresas de alimentação, a Sistal e a EB Alimentação, que pertencem ao mesmo grupo, renderia ao prefeito mais de R$ 1 milhão por ano em propina.
Essas empresas estão entre as que formam a chamada máfia da merenda na capital, de acordo com o Ministério Público Estadual.
Investigação aponta que as empresas combinam os preços antes mesmo do processo de licitação e dividem os contratos entre elas. Os funcionários públicos envolvidos na fraude recebem parte da quantia negociada.
Uma ação civil pública pede o cancelamento dos atuais contratos firmados pelo prefeito Gilberto Kassab. Ele também é investigado pelo Ministério Público.
No caso de Taubaté, as investigações da PF apontaram que uma das contratadas para a distribuição dos remédios, a Acert, não tinha sede montada nem equipamentos de informática ou telefones.
Segundo o delegado Ricardo Carneiro, as empresas eram contratadas sem licitação, por até R$ 30 milhões. Ele disse que ainda não há estimativa do valor desviado.
O prefeito de Taubaté é alvo de Comissão Processante na Câmara. O processo pode culminar em impeachment.


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