São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2008

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Gritamos "queremos comida", diz passageira

Brasiliense e os dois filhos demoraram 21 horas para voltar de Bariloche; ela diz que ônibus, com 15 crianças, não tinha banheiro

Ela afirma que nem a agência Agaxtur nem a empresa aérea Gol forneceram informações e alimentação adequada


RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL

A viagem de volta para casa das férias em Bariloche, na Argentina, estava programada para durar quatro horas, mas a brasiliense Josette Christofoli, 45, e seus dois filhos -André, 16, e Rafael, 15- levaram longas e desconfortáveis 21 horas para chegar até São Paulo, entre a manhã de sábado e a madrugada de anteontem.
Além do trajeto de avião -que só decolou após oito horas de espera no minúsculo aeroporto de Neuquén-, os três tiveram que passar sete horas em uma inesperada viagem de ônibus de 460 km, pelo cenário gelado e desértico da Patagônia, para chegar ao local para onde foram desviados os vôos. "Não tinha banheiro no ônibus. Me senti mal, minha pressão baixou", conta Josette.
Era só o começo da odisséia: no aeroporto de Neuquén, ela afirma não ter encontrado comida e nem sequer uma garrafa d'água à venda. "Por sorte, levava uma garrafa de água pequena comigo. Tive que dar de beber às crianças que estavam na excursão na tampinha da garrafa." Junto com ela no ônibus havia pelo menos 15 crianças, entre dois e 12 anos, conta a passageira.
Nas horas de espera no aeroporto, ela diz que os guias da agência Agaxtur -que cobrou cerca de US$ 6.000 pela excursão de 15 dias- e funcionários da Gol não forneceram alimentação adequada aos passageiros nem informações sobre o horário do vôo 9123, no qual viajariam. "Começamos a gritar "queremos comida, queremos informação", no meio do aeroporto."
Marcado para as 16h30, o vôo só saiu à 0h30. "Só no avião ficamos mais de duas horas esperando autorização para decolar." O lanche -barras de cereal e um sanduíche de peito de peru e queijo- só foi servido após a decolagem.
Josette deu queixa pela falta de estrutura do aeroporto à Polícia Federal argentina e pediu indenização à Agaxtur por danos materiais e morais.


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