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Justiça suspende mudança na carreira de professor da USP
Associação dos docentes contestou regra que amplia possibilidade de aumento salarial
Uma comissão analisará a produtividade para definir se docente subirá de nível; cada mudança de faixa pode levar a reajuste de 5% a 9%
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça suspendeu provisoriamente, por meio de liminar,
a mudança na carreira dos docentes da USP, aprovada em
março passado. Cabe recurso.
A nova regra amplia a possibilidade de aumentos salariais
aos docentes, por meio de criação de subníveis dentro das categorias. Uma comissão analisará a produção do docente para definir se ele subirá de nível.
Cada mudança de faixa pode
levar a reajuste de 5% a 9% no
salário. Até então, o aumento
só ocorria quando o professor
concluía o doutorado, a livre-docência ou era aprovado em
concurso para titular. Esse formato foi mantido.
A alteração aprovada pelo
Conselho Universitário é criticada pela Adusp (associação
dos professores), que entende
que reajustes devem ser feitos
para todos os cerca de 5.500 docentes. Condena ainda a política de produtividade. O pedido à
Justiça foi feito por representantes da entidade. A decisão
foi concedida no dia 13.
O recuo na reestruturação da
carreira foi uma das pautas da
greve parcial na instituição, encerrada no mês passado, após
57 dias. A reitoria não atendeu.
Na Justiça, para suspender a
alteração, a Adusp alegou um
problema regimental na votação: o representante dos professores com mestrado no conselho já havia completado o
doutorado. Por isso, diz, não
poderia estar mais no órgão.
Sem o voto, não haveria o mínimo exigido para aprovação. A
entidade diz ainda que a votação foi feita com cédulas "improvisadas", pois o painel eletrônico não estava disponível.
A direção da USP disse que
não se manifestaria, pois não
havia sido notificada.
À época da aprovação da medida, o presidente da comissão
de reformas estatutárias da
USP, João Grandino Rodas,
disse que a intenção era criar
uma "ferramenta para os docentes evoluírem na universidade". Uma das críticas era a
demora para ascender na carreira e ganhar aumento.
Por isso, na faixa de professor
doutor (salário de R$ 6.707) foram criados dois níveis. A mudança de nível leva a reajuste de
9%. Para os associados (R$
7.997), são três faixas, com aumentos de 5% a 6%. As duas categorias representam 79% dos
docentes da USP. O professor
precisa estar há cinco anos no
posto para pedir a mudança.
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