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Empresário cria uma versão canina de boneca inflável
Modelos, em três tamanhos, serão apresentados em feira de produtos para animais domésticos
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O maior tesão de Flock sempre foi transar com as pernas
do empresário Marco Giroto,
29. Recentemente, Flock, um
maltês de quatro anos, mudou
de tara: ele agora sacia seus desejos com uma cadela de vinil
projetada pelo próprio Giroto,
com orifícios preparados para
simular uma cópula canina.
O empresário espera que a
doggie lover doll, espécie de
correspondente canino da boneca inflável, seja uma das vedetes da oitava edição da feira
de animais domésticos Pet
South America, a ser inaugurada hoje com cerca de 260 estandes e com expectativa de receber 22 mil profissionais do setor, no Transamerica Expo.
O primeiro desenho de algo
semelhante à doggie lover doll
apareceu na internet em 2007,
assinado pelo francês Clement
Eloy. Giroto diz que sua ideia é
anterior, de 2005. "Eu a engavetei para cuidar de outros negócios, até poder dar atenção ao
projeto de fabricá-la", diz.
Até agora, o empresário é dono de uma editora de audiolivros e diz que não é especialista
em cães nem fez pesquisa científica ou consulta a especialista
para lançar a cachorra-boneca.
"Tive a ideia a partir da observação do comportamento dos
cachorros", explica.
Ao sair da gaveta, a versão física do "bicho" ganhou apetrechos para torná-lo "transável".
Lançada em três tamanhos,
que custarão entre R$ 120 e R$
220, o modelo vem com canal
vaginal, orifício para escoamento do esperma e reservatório de água para dar peso e evitar que o parceiro vivo a arraste
em caso de chão liso.
Para a veterinária Daniela
Ramos, que faz doutorado em
comportamento animal na
USP, a cachorra-boneca não seria a solução mais indicada para
casos de compulsão sexual.
"O ideal seria coibir esse
comportamento e tratar do
animal com outros estímulos,
em vez de apenas mudar o alvo
e reforçar o hábito", diz ela.
Segundo Daniela, o uso da
boneca pode levar o cão a reproduzir o comportamento em
um "contexto inapropriado".
"Pode ser constrangedor", diz.
Ainda não há pedidos de do-
ggie lover dolls em pet shops. A
Folha consultou algumas para
saber como ela seria recebida.
"Não acho que "pega". Só se for
recomendado por um psicólogo", diz a gerente de marketing
da Pet Center Marginal.
Gislaine Ferreira, da Filhotes
e Fricotes, diz que a cachorra-boneca "não é o perfil da loja".
"Vendemos produtos sofisticados. Talvez uma loja de público
GLS", diz ela, lançando outra
polêmica. Izabela Oliveira, diretora operacional da loja GLS
Bicho da Caneca, pergunta."Ela
[Gislaine] sabe que quem vai
transar é o bicho, e não o dono?" E Gislaine. "Pior que tem
gente que compra apetrechos
como coleira de cachorro para
usar em si". Uau-au.
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