São Paulo, quarta-feira, 22 de julho de 2009

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Empresário cria uma versão canina de boneca inflável

Modelos, em três tamanhos, serão apresentados em feira de produtos para animais domésticos

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O maior tesão de Flock sempre foi transar com as pernas do empresário Marco Giroto, 29. Recentemente, Flock, um maltês de quatro anos, mudou de tara: ele agora sacia seus desejos com uma cadela de vinil projetada pelo próprio Giroto, com orifícios preparados para simular uma cópula canina.
O empresário espera que a doggie lover doll, espécie de correspondente canino da boneca inflável, seja uma das vedetes da oitava edição da feira de animais domésticos Pet South America, a ser inaugurada hoje com cerca de 260 estandes e com expectativa de receber 22 mil profissionais do setor, no Transamerica Expo.
O primeiro desenho de algo semelhante à doggie lover doll apareceu na internet em 2007, assinado pelo francês Clement Eloy. Giroto diz que sua ideia é anterior, de 2005. "Eu a engavetei para cuidar de outros negócios, até poder dar atenção ao projeto de fabricá-la", diz.
Até agora, o empresário é dono de uma editora de audiolivros e diz que não é especialista em cães nem fez pesquisa científica ou consulta a especialista para lançar a cachorra-boneca. "Tive a ideia a partir da observação do comportamento dos cachorros", explica.
Ao sair da gaveta, a versão física do "bicho" ganhou apetrechos para torná-lo "transável". Lançada em três tamanhos, que custarão entre R$ 120 e R$ 220, o modelo vem com canal vaginal, orifício para escoamento do esperma e reservatório de água para dar peso e evitar que o parceiro vivo a arraste em caso de chão liso.
Para a veterinária Daniela Ramos, que faz doutorado em comportamento animal na USP, a cachorra-boneca não seria a solução mais indicada para casos de compulsão sexual.
"O ideal seria coibir esse comportamento e tratar do animal com outros estímulos, em vez de apenas mudar o alvo e reforçar o hábito", diz ela.
Segundo Daniela, o uso da boneca pode levar o cão a reproduzir o comportamento em um "contexto inapropriado". "Pode ser constrangedor", diz.
Ainda não há pedidos de do- ggie lover dolls em pet shops. A Folha consultou algumas para saber como ela seria recebida. "Não acho que "pega". Só se for recomendado por um psicólogo", diz a gerente de marketing da Pet Center Marginal.
Gislaine Ferreira, da Filhotes e Fricotes, diz que a cachorra-boneca "não é o perfil da loja". "Vendemos produtos sofisticados. Talvez uma loja de público GLS", diz ela, lançando outra polêmica. Izabela Oliveira, diretora operacional da loja GLS Bicho da Caneca, pergunta."Ela [Gislaine] sabe que quem vai transar é o bicho, e não o dono?" E Gislaine. "Pior que tem gente que compra apetrechos como coleira de cachorro para usar em si". Uau-au.


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