São Paulo, quarta-feira, 22 de julho de 2009

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Depois de naufrágio em Manaus, duas pessoas morrem

Embarcação seguia para Santarém (PA), com 185 passageiros, e virou ao fazer uma manobra para atracar-se a um estaleiro

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o barco Carolina do Norte era novo, mas teve um problema mecânico logo no início da viagem

Bruno Kelly/AmazonasPress
Embarcação que naufragou nas imediações do rio Negro, matando ao menos duas pessoas

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA

Ao menos duas pessoas morreram ontem em Manaus (AM) após o naufrágio de uma embarcação que ia para Santarém (PA) com 185 passageiros a bordo. Maria Alvarenga Farias, 71, e Andreza de Amorim, 8, não conseguiram sair do barco.
Até a conclusão da edição, o Corpo de Bombeiros ainda trabalhava com a possibilidade de outras vítimas. O órgão aguardava a chegada de um guindaste para erguer um lado submerso do barco Carolina do Norte.
O acidente ocorreu na foz do igarapé do Educandos, nas imediações do rio Negro, quando o barco era atracado a uma "carreira", estaleiro no qual se fazem pequenos reparos.
"A embarcação era bem nova, mas teve um problema mecânico logo no início da viagem. Eles retornaram e tentaram colocá-la na carreira com todos os passageiros dentro. Na manobra, o barco virou", disse Antônio Dias dos Santos, comandante do Corpo de Bombeiros.
O acidente foi muito rápido, segundo ele, mas a proximidade com a margem permitiu que a maioria dos passageiros escapasse com vida.
"A menina que morreu no acidente estava dentro de um dos camarotes e não conseguiu sair. O mesmo ocorreu com a mulher, que ficou presa em um dos banheiros", disse Santos.
A Capitania dos Portos iniciou ontem a perícia no local.
O capitão Paulo Brito da Silva, da assessoria de comunicação da Capitania dos Portos, não quis antecipar possíveis causas do acidente, mas disse ser "incorreto" o procedimento empregado para atracar o barco ao estaleiro.
Segundo ele, a embarcação estava com a documentação e as vistorias em dia.
O condutor e proprietário do barco, Edson Carvalho de Souza Júnior, 30, apresentou-se espontaneamente ao 2º Departamento de Polícia Civil. Ele foi ouvido ontem, mas a reportagem não conseguiu localizá-lo. O delegado responsável não quis falar com a Folha.
Segundo a assessoria da polícia, ele deve ser indiciado e irá responder em liberdade, sob suspeita de atentado qualificado à segurança do transporte marítimo. A pena prevista é de dois a cinco anos de prisão -devido às mortes, a pena pode ser aumentada em um terço.


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