Herdeiro da rede Rei do Bacalhau é suspeito de pagar pela morte de quem sabia do crime e de um pistoleiro

Advogado diz que seu cliente nega todos os crimes; polícia prendeu empresário na manhã de ontem em sua casa

FÁBIO GRELLET
DO RIO

O empresário Antônio Fernando da Silva, 46, foi preso às 6h de ontem. Ele é acusado de contratar um matador para assassinar seu pai adotivo, o português Plácido da Silva Nunes, 75, dono da rede carioca de restaurantes Rei do Bacalhau, e a partir daí dar ordens para matar outras cinco pessoas.
Segundo a polícia, após o assassinato do pai, Silva teria mandado matar o gerente do restaurante, o matador de aluguel que ele contratou e que o chantageava, um pai de santo a quem ele contou detalhes sobre o crime e outras duas pessoas que sabiam dos homicídios. O advogado de defesa diz que Silva nega todos os crimes.
Tudo começou em 2007, quando o português Nunes foi encontrado morto em seu apartamento.
O filho adotivo, que herdou o negócio, foi investigado e denunciado pelo crime no início do ano, mas respondia ao processo em liberdade. Um suposto comparsa dele está preso.
Também no início deste ano, o gerente financeiro da rede de restaurantes foi morto. Segundo a polícia, surgiram indícios de que o mandante seria Silva, que passou a ser investigado pelo crime. A partir daí surgiram elos com outras quatro mortes.
Segundo a investigação, Silva teria contratado um assassino para matar seu pai adotivo, em 2007. Além de assumir a administração dos restaurantes, Silva teria recebido R$ 2 milhões referentes ao seguro de vida do pai.
Mas o matador teria começado a chantagear Silva. O empresário então contratou um assassino para matá-lo.
Para a polícia, o segundo matador também foi responsável pelas mortes de um pai de santo a quem Silva havia contado sobre os crimes, do gerente dos restaurantes, que desconfiava de desvios de dinheiro praticados por Silva, e de mais duas pessoas que sabiam dos crimes.
Um homem acusado de ser o segundo matador contratado pelo empresário também foi preso ontem.


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