|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NA CÂMARA
Maeli Vergniano depôs à comissão que analisa sua cassação
Vereadora diz ser vítima de complô de adversários
OTÁVIO CABRAL
da Reportagem Local
A vereadora Maeli Vergniano (sem
partido) afirmou
ontem existir um
complô de adversários políticos com o
objetivo de destruir sua carreira
política. A afirmação foi feita durante depoimento à comissão
processante que analisa a cassação de seu mandato.
Em duas horas de depoimento,
a vereadora repetiu pelo menos
20 vezes desconhecer todas as denúncias apresentadas contra ela
no relatório da CPI da máfia da
propina.
Maeli é acusada de quebra de
decoro parlamentar, o que pode
lhe custar o mandato. Segundo o
relatório da CPI, ela utilizava um
carro e um motorista cedidos pela
empresa Vega Engenharia Ambiental, responsável pela coleta de
lixo na Regional de Pirituba, que
era controlada por Maeli.
Além disso, a vereadora é acusada de contratar funcionários que
não trabalhavam no gabinete, de
comandar uma rede de propina
na regional, de receber uma ambulância de uma empresa de saúde que tem contrato com a prefeitura e de enriquecimento ilícito.
O complô, segundo Maeli, é arquitetado por dois ex-funcionários de seu gabinete, o motorista
Elizeu Sanches e a secretária Maria Regina de Souza Inácio. Em
depoimentos à CPI e à polícia, os
dois denunciaram as supostas irregularidades cometidas por
Maeli. Ontem, os dois confirmaram as declarações em depoimentos à comissão.
Em seu depoimento de ontem,
Maeli atrelou os dois ex-funcionários a dois adversários políticos
que querem prejudicá-la. De
acordo com ela, Maria Regina foi
secretária do ex-deputado e candidato derrotado a vereador Carlos Apolinário (PMDB). Como
Maeli, Apolinário tem como base
eleitoral os fiéis da igreja evangélica Assembléia de Deus.
Já Sanches, segundo Maeli, tem
como advogado o ex-vereador
Evaldo Pereira da Silva, candidato
derrotado na última eleição municipal, que tem a maioria dos votos em Pirituba, mesma região da
vereadora. "O Elizeu e a Maria Regina se uniram para fazer as denúncias. Eles montaram um esquema de terrorismo para me
prejudicar perante meu eleitorado", afirmou Maeli.
Os dois políticos não haviam sido encontrados pela reportagem
até às 20h. Sanches e Maria Regina negaram qualquer relação entre as denúncias e os políticos.
A vereadora também buscou
desacreditar as testemunhas, afirmando que os dois foram demitidos de seu gabinete por incompetência. Por isso, estariam buscando se vingar.
Visivelmente nervosa, a vereadora chorou ao final do depoimento. Segundo assessores, Maeli
se isolou desde o início das denúncias. Para combater a ansiedade, ela tem comido muito. Assessores afirmam que ela engordou pelo menos cinco quilos desde o início das investigações.
Texto Anterior: Inculta & bela - Pasquale Cipro Neto: "Faz um 21" Próximo Texto: Ex-motorista faz acusações Índice
|