São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2000


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ABASTECIMENTO
Guarapiranga, que está com 22,6% de sua capacidade, receberá 2.000 litros de um braço do rio Taquacetuba
Começa transferência de água da Billings

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Começa hoje a transferência de 2.000 litros de água por segundo de um braço do rio Taquacetuba -que forma a represa Billings- para a represa Guarapiranga. A manobra é uma das apostas da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para recuperar o reservatório e pôr fim ao racionamento.
Desde o dia 1º de junho, cerca de 2.600 moradores das zonas sul e sudoeste da capital têm um dia a cada três sem fornecimento de água. A economia de 3.000 litros por segundo, entretanto, ainda está abaixo da previsão inicial, que era de 4.000 litros por segundo. Guarapiranga estava ontem com 22,6% do seu nível normal.
A obra do Taquacetuba deveria ter sido inaugurada no final do ano passado, mas os problemas financeiros enfrentados pela Sabesp no início de 1999 adiaram a compra das bombas, importadas da Alemanha e dos Estados Unidos.
Com a estiagem e o consequente racionamento, a estação de bombeamento tornou-se prioridade para a companhia.

Rodízio
A direção da Sabesp insiste que a água que virá da Billings não teria sido suficiente para impedir o rodízio, mas admite que poderia ter minimizado os efeitos da seca.
A intenção é, a partir de setembro, ampliar a transferência para 4.000 litros por segundo -volume que deveria estar sendo economizado com o rodízio. Dessa forma, a situação da represa ficaria mais confortável.
Para isso a Sabesp precisa, no entanto, de uma autorização ambiental da Secretaria de Estado do Verde e Meio Ambiente.
Essa licença só virá depois que ficar comprovado que a água do Taquacetuba tem qualidade para ser consumida pela população. A obra é polêmica e está sendo acompanhada pelo promotor do Meio Ambiente Daniel Fink.

Vazão
A vazão do braço do Taquacetuba é de pouco menos de 2.000 litros por segundo. Retirar mais que esse volume significa tirar água do corpo central da represa Billings, onde se encontram metais pesados e algas que podem causar problemas neurológicos.
A Sabesp afirma que a estação do Alto da Boa Vista -que tratará a água vinda do Taquacetuba para a Guarapiranga- possui filtros com carvão ativado e trabalhará também com permanganato de potássio. Ambas as substâncias têm o poder de neutralizar os poluentes e matar as algas.
Mesmo assim, o secretário do Meio Ambiente, Ricardo Tripoli, já disse que só dará a autorização depois de avaliar a operação de transferência.



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