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ABASTECIMENTO
Guarapiranga, que está com 22,6% de sua capacidade, receberá 2.000 litros de um braço do rio Taquacetuba
Começa transferência de água da Billings
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Começa hoje a transferência de
2.000 litros de água por segundo
de um braço do rio Taquacetuba
-que forma a represa Billings-
para a represa Guarapiranga. A
manobra é uma das apostas da
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo) para recuperar o reservatório e pôr fim ao racionamento.
Desde o dia 1º de junho, cerca de
2.600 moradores das zonas sul e
sudoeste da capital têm um dia a
cada três sem fornecimento de
água. A economia de 3.000 litros
por segundo, entretanto, ainda
está abaixo da previsão inicial,
que era de 4.000 litros por segundo. Guarapiranga estava ontem
com 22,6% do seu nível normal.
A obra do Taquacetuba deveria
ter sido inaugurada no final do
ano passado, mas os problemas
financeiros enfrentados pela Sabesp no início de 1999 adiaram a
compra das bombas, importadas
da Alemanha e dos Estados Unidos.
Com a estiagem e o consequente racionamento, a estação de
bombeamento tornou-se prioridade para a companhia.
Rodízio
A direção da Sabesp insiste que
a água que virá da Billings não teria sido suficiente para impedir o
rodízio, mas admite que poderia
ter minimizado os efeitos da seca.
A intenção é, a partir de setembro, ampliar a transferência para
4.000 litros por segundo -volume que deveria estar sendo economizado com o rodízio. Dessa
forma, a situação da represa ficaria mais confortável.
Para isso a Sabesp precisa, no
entanto, de uma autorização ambiental da Secretaria de Estado do
Verde e Meio Ambiente.
Essa licença só virá depois que
ficar comprovado que a água do
Taquacetuba tem qualidade para
ser consumida pela população. A
obra é polêmica e está sendo
acompanhada pelo promotor do
Meio Ambiente Daniel Fink.
Vazão
A vazão do braço do Taquacetuba é de pouco menos de 2.000 litros por segundo. Retirar mais
que esse volume significa tirar
água do corpo central da represa
Billings, onde se encontram metais pesados e algas que podem
causar problemas neurológicos.
A Sabesp afirma que a estação
do Alto da Boa Vista -que tratará a água vinda do Taquacetuba
para a Guarapiranga- possui filtros com carvão ativado e trabalhará também com permanganato de potássio. Ambas as substâncias têm o poder de neutralizar os
poluentes e matar as algas.
Mesmo assim, o secretário do
Meio Ambiente, Ricardo Tripoli,
já disse que só dará a autorização
depois de avaliar a operação de
transferência.
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