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SEGURANÇA
Secretaria afastou três agentes acusados de agredir presos em tratamento; uma das vítimas teria se suicidado
Agressão em ala psiquiátrica é investigada
MARCELO CLARET
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária afastou
três agentes penitenciários da Casa de Custódia de Taubaté (130
km de São Paulo) acusados de espancar dois presos da ala de tratamento psiquiátrico do presídio.
A sindicância, aberta pela Corregedoria da Administração Penitenciária, também apura a responsabilidade na morte de um
dos detentos, que teria se suicidado três dias depois da agressão.
A Corregedoria da Administração Penitenciária confirmou que
o preso Vanildo Rodrigues, 21, teria sido espancado pelos agentes
no dia 31 de julho, depois que tentou deixar a ala de tratamento pelo portão de acesso à administração da unidade prisional.
A tentativa de fuga ocorreu no
momento em que funcionários
do presídio teriam esquecido o
portão do pavilhão Franklin Piza
aberto durante os trabalhos de
inspeção da penitenciária.
Rodrigues, que teve uma perna
e um braço fraturados, foi encontrado morto, três dias após o suposto espancamento.
O outro caso confirmado na Casa de Custódia teria ocorrido no
último dia 15, quando o detento
Cícero Aparecido Siqueira, 27, se
negou a receber medicamento.
Siqueira, que quase teria sido
morto pelos agentes em razão das
agressões, foi transferido para um
hospital de Taubaté para receber
tratamento médico. No mesmo
dia, ele retornou à ala de tratamento do pavilhão Franklin Piza.
As agressões teriam sido praticadas pelos agentes penitenciários identificados apenas por
Amauri, Calderani e Ubiratan.
Eles foram afastados anteontem
dos trabalhos na Casa de Custódia, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária.
Os dois casos de espancamentos
foram confirmados pelo corregedor da Administração Penitenciária, Clayton Alfredo Nunes, que
esteve na Casa de Custódia, na última sexta-feira, quando foi aberta a sindicância. Nunes, porém,
não quis comentar o assunto.
Primeira vez
O coordenador da Comissão de
Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de
São Paulo, João José Sady, disse
que, até então, não tinha conhecimento de casos de espancamento
de presos em alas de tratamento
psiquiátrico. Segundo ele, a OAB
vai acompanhar a apuração para
verificar se os agressores serão
punidos criminalmente.
"Nada justifica a violência. Nesse caso específico, os agentes podem, se condenados, responder por crime de tortura", disse o coordenador da OAB.
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