São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

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CULTURA

Serviço para a periferia já contou com quatro veículos com capacidade para 3.000 livros; hoje há apenas um, com 400 volumes

Ônibus-biblioteca se reduz a Kombi em SP

LARISSA FÉRIA
RITA CAMACHO

DO "AGORA"

O serviço de bibliotecas ambulantes da Prefeitura de São Paulo, que já foi oferecido em quatro ônibus com capacidade de até 3.000 livros cada um, é feito agora por uma única Kombi, com capacidade para apenas 400 volumes.
O programa, lançado em 1990 (gestão Luiza Erundina) com a finalidade de emprestar livros para moradores da periferia, é mantido pela Secretaria da Cultura, por meio do Departamento de Bibliotecas Públicas, que perdeu R$ 1,56 milhão do investimento previsto para a construção e a ampliação de unidades infanto-juvenis.
A previsão inicial de orçamento para a construção e a ampliação de bibliotecas infanto-juvenis era de R$ 1,95 milhão. O orçamento reduziu-se para R$ 388 mil, que ainda não foram gastos neste ano.
Um montante de R$ 775 mil desse orçamento foi transferido em benefício da remontagem da ópera "Madama Butterfly", que estreou na segunda-feira passada, no Teatro Municipal.
A perua-biblioteca tem um roteiro semanal fixo em bairros que não possuem bibliotecas públicas. Cada local recebe o veículo uma vez por semana, das 9h30 às 15h, segundo informa a página da prefeitura na internet, ou até as 14h30 (14h aos domingos), conforme divulgam os atendentes.

Dois acervos
Há uma semana, o mesmo veículo está fazendo a distribuição do acervo infanto-juvenil e adulto. Antes disso, por oito meses, duas peruas dividiam os acervos e tinham roteiros distintos. Elas substituíram o único ônibus-biblioteca ainda em atividade.
A principal demanda vem do público infantil. Ontem, quando a perua-biblioteca estava no Parque São Rafael (zona leste da capital), as crianças passavam a caminho da escola para escolher um livro ou um gibi. Os volumes oferecidos estavam expostos em caixas ou estantes na calçada.
A perua leva um acervo de 300 a 400 volumes. Cada ônibus oferecia até 3.000 livros, que eram distribuídos em estantes, classificados por gênero e tipo.
A prefeitura afirma que os ônibus levavam apenas 800 livros. Contudo reportagem do "Agora" sobre o serviço, publicada em 14 de junho de 2001, informava que o acervo era de 3.000 volumes. Essa capacidade não foi contestada anteriormente pela prefeitura.

Como funciona
Cada leitor da biblioteca ambulante pode levar até três livros e um gibi ou uma revista por vez e deve devolvê-los ou renovar o empréstimo na semana seguinte.
Dessa maneira, o volume do acervo na perua pode variar.
A reportagem apurou que, no Parque São Rafael, a procura caiu mais de 50% desde que o serviço passou a ser feito por perua. A Secretaria de Cultura não confirmou esse dado.


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