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CULTURA
Serviço para a periferia já contou com quatro veículos com capacidade para 3.000 livros; hoje há apenas um, com 400 volumes
Ônibus-biblioteca se reduz a Kombi em SP
LARISSA FÉRIA
RITA CAMACHO
DO "AGORA"
O serviço de bibliotecas ambulantes da Prefeitura de São Paulo,
que já foi oferecido em quatro
ônibus com capacidade de até
3.000 livros cada um, é feito agora
por uma única Kombi, com capacidade para apenas 400 volumes.
O programa, lançado em 1990
(gestão Luiza Erundina) com a finalidade de emprestar livros para
moradores da periferia, é mantido pela Secretaria da Cultura, por
meio do Departamento de Bibliotecas Públicas, que perdeu R$ 1,56
milhão do investimento previsto
para a construção e a ampliação
de unidades infanto-juvenis.
A previsão inicial de orçamento
para a construção e a ampliação
de bibliotecas infanto-juvenis era
de R$ 1,95 milhão. O orçamento
reduziu-se para R$ 388 mil, que
ainda não foram gastos neste ano.
Um montante de R$ 775 mil
desse orçamento foi transferido
em benefício da remontagem da
ópera "Madama Butterfly", que
estreou na segunda-feira passada,
no Teatro Municipal.
A perua-biblioteca tem um roteiro semanal fixo em bairros que
não possuem bibliotecas públicas. Cada local recebe o veículo
uma vez por semana, das 9h30 às
15h, segundo informa a página da
prefeitura na internet, ou até as
14h30 (14h aos domingos), conforme divulgam os atendentes.
Dois acervos
Há uma semana, o mesmo veículo está fazendo a distribuição
do acervo infanto-juvenil e adulto. Antes disso, por oito meses,
duas peruas dividiam os acervos e
tinham roteiros distintos. Elas
substituíram o único ônibus-biblioteca ainda em atividade.
A principal demanda vem do
público infantil. Ontem, quando a
perua-biblioteca estava no Parque São Rafael (zona leste da capital), as crianças passavam a caminho da escola para escolher um livro ou um gibi. Os volumes oferecidos estavam expostos em caixas
ou estantes na calçada.
A perua leva um acervo de 300 a
400 volumes. Cada ônibus oferecia até 3.000 livros, que eram distribuídos em estantes, classificados por gênero e tipo.
A prefeitura afirma que os ônibus levavam apenas 800 livros.
Contudo reportagem do "Agora"
sobre o serviço, publicada em 14
de junho de 2001, informava que o
acervo era de 3.000 volumes. Essa
capacidade não foi contestada anteriormente pela prefeitura.
Como funciona
Cada leitor da biblioteca ambulante pode levar até três livros e
um gibi ou uma revista por vez e
deve devolvê-los ou renovar o
empréstimo na semana seguinte.
Dessa maneira, o volume do
acervo na perua pode variar.
A reportagem apurou que, no
Parque São Rafael, a procura caiu
mais de 50% desde que o serviço
passou a ser feito por perua. A Secretaria de Cultura não confirmou esse dado.
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