São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2003 |
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PORTO FERREIRA Mais 4 pessoas foram detidas; outras 3 estavam foragidas Presos cinco vereadores sob acusação de abuso de menor
DIOGO PINHEIRO DA FOLHA CAMPINAS Cinco vereadores, um empresário, dois comerciantes e um servidor público foram presos ontem, após a Justiça de Porto Ferreira (SP) decretar a prisão preventiva de 12 pessoas denunciadas pelo Ministério Público por participação em festas em chácaras às margens do rio Mogi Guaçu em que adolescentes eram prostituídas. Eles são acusados de estupro, corrupção de menores e formação de quadrilha. As penas variam de um a dez anos de prisão. Seis dos 15 vereadores da cidade deveriam ter sido presos, mas o presidente da Câmara Municipal, Luís César Lanzoni (PTB), está foragido. No total, 17 pessoas foram denunciadas pela Promotoria. Dos parlamentares, foram detidos Laércio Storti, João Lázaro, Luiz Borceda (todos do PSDB), Gerson Pelegrini (PV) e Edivaldo Biffi (PL), o Papagaio. Lázaro tem o agravante de suposto favorecimento à prostituição. O suplente de vereador Valter de Oliveira Mafra (PTB), acusado de agenciar as jovens e de estupro, e o empresário José Carlos Terassi estavam foragidos até a conclusão desta edição. Os comerciantes João Pelegrini e Nelson da Silva, o empresário Carlos Alberto Rossi e o servidor municipal Paulo César da Silva também foram presos. A prisão preventiva foi decretada pela juíza da 1ª Vara de Porto Ferreira, Sueli Juarez Alonso. Após o início do cumprimento dos mandados, pelo menos 300 pessoas se aglomeraram em frente à delegacia da cidade. O Ministério Público denunciou ainda os comerciantes Luiz Dozzi Tezza, Albino Bruno Júnior e Ivo de Oliveira Capioglio, o servidor municipal Roberto Dias Pinto e a prostituta Vânia Regina Alves dos Santos. "A Promotoria tomou conhecimento de que as vítimas estão sofrendo pressão. Esse foi um dos fatores que motivaram a prisão preventiva", informou o promotor Cássio Roberto Conserino. A denúncia da Promotoria foi feita com base em 80 depoimentos, reconhecimento fotográfico dos acusados e oito fotos de meninas nuas e seminuas apreendidas com uma das adolescentes. Como revelou a Folha no dia 8, 12 jovens com idades entre 13 e 16 anos recebiam de R$ 30 a R$ 50 para manter relações ou participar de jogos sexuais com os acusados, segundo a polícia. Na quinta, membros da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes estarão em Porto Ferreira para acompanhar o caso. Ivo Hissnauer, advogado da Câmara, disse não saber como ficará o quadro legislativo da cidade. Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Outro lado: Detidos negam as acusações Índice |
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