São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006

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Camelôs não voltarão para largo no Brás após obras

DO "AGORA"

A Prefeitura de São Paulo anunciou ontem que os ambulantes que trabalhavam no largo da Concórdia, no Brás, na região central, e foram transferidos para ruas próximas em janeiro passado, para a reforma da área, não poderão voltar ao local após a obra.
Os camelôs estão revoltados. "Disseram que voltaria, por isso não resisti em sair. Agora dizem o contrário. É um absurdo. Vai ter briga", disse a ambulante Edna Gomes, 24. "Aqui eu vendo pouco. Se dependesse só desse ponto, não pagaria meu aluguel", afirmou.
A rua Saião Lobato, onde estão Edna e outros camelôs autorizados retirados do largo, tem menos movimento do que as vias ocupadas por vendedores irregulares.
João Batista Correa, 60, estava desde 1978 no largo da Concórdia. "Sem a aposentadoria, não teria condições de me sustentar. Se não cumprirem o prometido, vamos invadir [o largo]", ameaçou.
Cerca de 4.000 camelôs trabalham sem permissão nas ruas do Brás; outros 883 são autorizados, de acordo com números da prefeitura.

Apenas bancas
O subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak, 34, confirmou que os ambulantes não voltarão ao largo da Concórdia. De acordo com ele, a permanência no local será autorizada apenas para bancas de jornal, de frutas e de flores.
"O modelo de shopping popular a céu aberto não existirá mais. Nunca disse que eles voltariam. Os direitos serão respeitados, fora do largo", afirmou Odloak.
A reforma será concluída no final de setembro, segundo o subprefeito.
(RODRIGO RAINHO)


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