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Camelôs não voltarão para largo no Brás após obras
DO "AGORA"
A Prefeitura de São Paulo
anunciou ontem que os ambulantes que trabalhavam no largo da Concórdia, no Brás, na região central, e foram transferidos para ruas próximas em janeiro passado, para a reforma
da área, não poderão voltar ao
local após a obra.
Os camelôs estão revoltados.
"Disseram que voltaria, por isso não resisti em sair. Agora dizem o contrário. É um absurdo.
Vai ter briga", disse a ambulante Edna Gomes, 24. "Aqui eu
vendo pouco. Se dependesse só
desse ponto, não pagaria meu
aluguel", afirmou.
A rua Saião Lobato, onde estão Edna e outros camelôs autorizados retirados do largo,
tem menos movimento do que
as vias ocupadas por vendedores irregulares.
João Batista Correa, 60, estava desde 1978 no largo da Concórdia. "Sem a aposentadoria,
não teria condições de me sustentar. Se não cumprirem o
prometido, vamos invadir [o
largo]", ameaçou.
Cerca de 4.000 camelôs trabalham sem permissão nas
ruas do Brás; outros 883 são autorizados, de acordo com números da prefeitura.
Apenas bancas
O subprefeito da Mooca,
Eduardo Odloak, 34, confirmou que os ambulantes não
voltarão ao largo da Concórdia.
De acordo com ele, a permanência no local será autorizada
apenas para bancas de jornal,
de frutas e de flores.
"O modelo de shopping popular a céu aberto não existirá
mais. Nunca disse que eles voltariam. Os direitos serão respeitados, fora do largo", afirmou Odloak.
A reforma será concluída no
final de setembro, segundo o
subprefeito.
(RODRIGO RAINHO)
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