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SP condecora oficial PM do massacre do Carandiru
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara de São Paulo entregará amanhã o título de "Cidadão Paulistano" ao tenente-coronel aposentado da PM
Luiz Nakaharada, réu no processo das 111 mortes no Carandiru, em outubro de 1992.
A honraria proposta pelo vereador Jooji Hato (PMDB), da
Comissão Extraordinária de
Direitos Humanos da Câmara,
ocorre amanhã em escola da
Vila Leopoldina (zona oeste).
No dia do massacre, Nakaharada comandava 74 policiais e
13 cães do 3º Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar),
que invadiu o Carandiru.
Os dois principais protagonistas do massacre, o coronel
da PM Ubiratan Guimarães e o
então diretor da Casa de Detenção de São Paulo, José Ismael
Pedrosa, foram assassinados.
O tenente-coronel foi acusado por sobreviventes, e depois
pelo Ministério Público, de ter
matado cinco detentos com
uma metralhadora dentro do
pavilhão 9. Ele é um dos criadores da Rota (Rondas Ostensivas
Tobias de Aguiar), conhecida
pelo histórico de violência.
A Folha telefonou ontem para a casa do tenente-coronel e
deixou recado na secretária
eletrônica -ninguém atendia e
não houve resposta ao recado.
O vereador Hato justificou a
concessão do título pelo trabalho feito por Nakaharada na
Lapa (zona oeste) na implementação da "lei seca" -restrição da venda de bebidas alcoólicas para combater a violência.
Ele também disse desconhecer o envolvimento do tenente-coronel com o massacre do Carandiru. "Para mim, era só o
coronel Ubiratan. Pelo que sei,
ele era mais um comandado,
estava cumprindo ordens."
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