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Hospital indica óbito 2 dias antes de morte
Mulher de 84 anos estava internada no Miguel Couto, no Rio, para tratar pneumonia
Secretaria da Saúde
informou que, ao tomar conhecimento do fato, afastou a médica responsável pela declaração de óbito
DIANA BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE,
NO RIO
A pensionista Maria José de
Melo, 84, morreu no último domingo no hospital municipal
Miguel Couto, zona sul do Rio,
mas dois dias antes seu óbito já
havia sido registrado.
O presidente da Comissão de
Saúde da Câmara, vereador
Carlos Eduardo Melo (PSB),
disse que, após o prontuário ser
preenchido com o parecer de
óbito, uma enfermeira percebeu que a paciente respirava
sem a ajuda dos aparelhos.
"O prontuário foi rabiscado
após a equipe médica perceber
que ela estava viva. Depois que
colocaram o respirador novamente, o tratamento continuou e ela ficou internada no
mesmo local. Morreu dois dias
depois", disse Melo.
Filha da paciente, a dona de
casa Terezinha de Melo Alexandre, 48, disse à Folha que
chegou a ser avisada sobre o
desligamento dos aparelhos,
mas os médicos disseram que
era um procedimento normal.
"A equipe médica me informou que a minha mãe ficou
sem aparelhos durante dez minutos para que ela demonstrasse alguma reação. Como ela
não reagiu, os médicos colocaram o respirador de volta.
Achei estranho, mas acreditei."
Terezinha declarou que ela
mesma cuidava da mãe, que era
paralítica havia 19 anos, em casa. Segundo Terezinha, sua
mãe apresentava quadro de
pneumonia, mas, mesmo assim, não havia cobertores no
hospital. "Tive que comprar cobertores às pressas."
A Secretaria municipal da
Saúde informou que, ao tomar
conhecimento do fato, afastou
a médica responsável pela declaração de óbito e abriu sindicância para apurar o caso.
De acordo com a secretaria, o
hospital municipal Miguel
Couto informou que a paciente
deu entrada na unidade no dia
8 de agosto, em estado grave,
com alteração do nível de consciência, insuficiência respiratória e insuficiência renal. "Ela
ficou internada e recebeu
acompanhamento e medicação
necessários", diz o texto.
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