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TRÂNSITO
70 prefeituras do país prometem adotar hoje ações e campanhas de restrição aos autos; em SP, Marta evita ampliar desgaste
Apesar das eleições, dia sem carro cresce
DA REPORTAGEM LOCAL
Restringir a utilização do automóvel pela população a menos de
duas semanas das eleições pode
não ser uma medida popular, mas
70 prefeituras brasileiras anunciaram que vão participar hoje da
jornada "Na Cidade Sem Meu
Carro", movimento mundial que
tenta estimular os motoristas a
deixar seus veículos na garagem
para aderir a uma forma alternativa de deslocamento -a pé, de bicicleta ou de transporte coletivo.
A proposta surgiu em 1998, na
França, e é organizada no Brasil
pela quarta vez pela ONG Ruaviva
(Instituto da Mobilidade Sustentável) e pela ANTP (Associação
Nacional de Transportes Públicos). A idéia é que os municípios
adotem hoje medidas simbólicas
de restrição do uso do carro -como liberar algumas ruas somente
para pedestres e ciclistas- e promovam campanhas educativas de
incentivo aos modos alternativos.
Especialistas apontam que a utilização indiscriminada dos automóveis é prejudicial à sociedade
por agravar congestionamentos,
poluição e acidentes de trânsito.
Apesar da proximidade das eleições, a adesão das prefeituras neste ano praticamente dobrou em
relação a 2003. No mundo inteiro,
serão mais de 1.200 cidades.
Entre os municípios brasileiros
que prometem as principais atividades hoje estão Belo Horizonte
(onde quarteirões do centro serão
bloqueados para os carros e um
trecho será transformado em jardim) e Porto Alegre (que terá oficinas de grafitagem com jovens).
Também haverá ações nas capitais Natal, Aracaju, Vitória, Salvador, Campo Grande e Teresina.
"É um período delicado por
conta das eleições", afirma Nazareno Affonso, da ANTP. Ele diz
que também houve problemas
com a Justiça Eleitoral, que barrou campanhas em algumas áreas
por temor de que fosse caracterizada propaganda institucional.
No ano passado, Curitiba chegou a bloquear 74 quadras do
centro. Em 2004, nem participa.
A Folha apurou que a CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) de São Paulo chegou a
preparar um plano audacioso de
fechamento de vias da região central. Voltou atrás depois do desgaste da administração Marta Suplicy (PT) ao inaugurar corredores que já privilegiam os ônibus.
Mesmo assim, a capital paulista
terá uma bicicletada que sairá da
av. Paulista em direção à região
central, secretarias municipais recomendaram aos servidores que
deixem seus automóveis em casa
e espalharam 180 faixas com essa
orientação à população. O
secretário dos Transportes, Gerson Bittencourt, também prometeu ir trabalhar hoje de ônibus.
No Rio, a proposta de adesão foi
votada no conselho de urbanismo, mas para vigorar em 2005.
(ALENCAR IZIDORO)
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