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Metrô e CPTM ampliam dias e horários de circulação de bicicletas nos vagões
ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA
Cidade-símbolo de engarrafamentos, São Paulo tenta,
ainda que a passos curtos, incentivar o uso de um transporte limpo, sustentável e
que, de quebra, promove um
hábito saudável: a bicicleta.
Em meio aos caos patrocinado pelos automóveis, a integração entre bikes e transporte coletivo, comum na Europa, ganha fôlego no metrô e
nos trens da CPTM.
Dois exemplos: neste final
de semana, a permissão, que
existia desde fevereiro de
2007, foi ampliada. Agora, bicicleta é bem-vinda a partir
das 14h dos sábados. Domingos e feriados estão livres o dia
todo. As mesmas medidas valem para a CPTM. O Metrô
calcula que 400 ciclistas devam passar pelas catracas nos
finais de semana. Na última
quarta, os ciclistas passaram a
usar o metrô de segunda a sexta, a partir das 20h30.
Vem mais por aí. Até o final
do mês, o metrô deve contar
com bicicletários em oito estações. A intenção é promover
deslocamentos de bicicleta
em pequenos trajetos.
O empréstimo será gratuito
por 60 minutos (depois, custa
R$ 2/ hora).
Os ciclistas aprovam. "A
partir de iniciativas como essas, outras virão. Não é mais
possível ficarmos trancafiados nos carros", diz Sergio Affonso, 37, presidente do CAB
(Clube dos Amigos da Bike).
Quem viu os bikers circulando ontem no metrô gostou
da idéia. "Tô pensando em começar a pedalar", disse a contadora Elena Pereira, 43, na
estação Imigrantes.
Affonso faz uma ressalva.
"Andar de bicicleta é uma coisa. Andar de bicicleta pelas
ruas de São Paulo é outra." Ciclistas precisam estar atentos
às medidas de segurança, como o uso de capacete, luvas,
óculos e farol dianteiro e pisca
traseira e respeitar o Código
de Trânsito Brasileiro.
Ciclistas atropelados
Vale aqui um registro: no
ano passado, 83 ciclistas foram atropelados em São Paulo. Uma boa alternativa seria
construir faixas exclusivas para os ciclistas. A cidade tem
hoje 23,5 km de ciclovias. Número pífio, se comparado ao
de Berlim, Paris e Amsterdã.
Candidatos à Prefeitura de
São Paulo, Marta, Kassab,
Alckmin e Soninha prevêem
projetos de investimentos em
ciclovias. Bem acolhidos, na
opinião de entidades dos ciclistas, mas não suficientes.
Segundo José George Breve,
58, presidente da FPC (Federação Paulista de Ciclismo),
campanhas educativas para
orientar o motorista a respeitar os ciclistas também são indispensáveis. "Caso contrário,
corremos o risco de problemas no futuro, como acidentes graves, inclusive fatais."
Regras não são exclusividade das ruas. Uma cartilha
orienta ciclistas sobre regulamentos no metrô e nos trens.
Embarques somente no último vagão. No metrô, são permitidas até quatro bicicletas
por viagem. Nos trens da
CPTM, são duas.
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