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Pressão mudou projetos, afirma líder comunitário
DA REPORTAGEM LOCAL
Paraisópolis deixou de ser
objeto de estudo de pesquisadores que queriam "aparecer".
A mudança deve-se à prática de
ouvir os moradores sobre os
projetos, diz Gilson Rodrigues,
25, presidente da União dos
Moradores de Paraisópolis, na
entrevista a seguir.
(MCC)
FOLHA - O que vocês acham de ter
arquitetos de renome na favela?
GILSON RODRIGUES - Paraisópolis
virou uma vitrine e sempre
atrai muitos pesquisadores. As
pessoas que queriam aparecer
faziam um projeto para Paraisópolis, mas ficava só no papel.
FOLHA - O que mudou agora?
RODRIGUES - Agora os arquitetos passaram a ouvir os moradores. Nada é imposto de cima
para baixo, tudo é discutido. É
por isso que há apoio. Essa é a
maior vitória da comunidade.
FOLHA - Qual é o melhor projeto?
RODRIGUES - O melhor é o centro comunitário no Grotão, feito pelos americanos da [Universidade] Columbia e do UTT
[Urban Think Tank]. Eles conseguiram criar algo numa perambeira que todo mundo
achava que era uma área perdida. Eles foram os que mais ouviram os moradores.
FOLHA - Você acredita que todos
esses projetos serão concluídos?
RODRIGUES - Eles vão ser concluídos porque há muita pressão dos moradores e a união
dos moradores não é ligada a
nenhum partido, fala com todos os partidos. Paraisópolis virou um canteiro de obras. Em
dezembro entregaram um CEU
(Centro Educacional Unificado). Estão construindo uma
Etec (escola técnica), um centro de serviço social, outra escola, um centro para deficientes e mil apartamentos. O prédio que fizeram aqui é de classe
média, é maravilhoso. As pessoas já têm orgulho de dizer
que moram em Paraisópolis.
Eles não dizem mais que moram no Morumbi. Agora queremos que a prefeitura transforme Paraisópolis em bairro. Será a Nova Paraisópolis.
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