São Paulo, terça-feira, 22 de setembro de 2009

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PIERINO MASSENTI (1925-2009)

O cenógrafo viveu histórias de filmes

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pierino Massenti dizia que o cinema vicia como cachaça.
Cenógrafo de filmes brasileiros e estrangeiros, ele não fez da arte só uma profissão: também viveu histórias que poderiam estar em filmes.
Nascido em Roma, perdeu a mãe quando tinha um ano.
Parentes o criaram porque o pai não podia sustentá-lo.
Na 2ª Guerra, serviu na cavalaria. Contava que chegou a andar sobre os corpos de companheiros mortos.
Formado em artes, com o final da guerra não achava emprego em sua área e decidiu mudar para o Brasil.
Ao chegar, trabalhou pintando afrescos em igrejas mineiras. Mas um padre o demitiu quando ele teimou em pintar anjinhos pelados.
Já em São Paulo, foi convidado para trabalhar na companhia de cinema Vera Cruz.
Foi responsável pela cenografia de 45 filmes, entre eles "Tico-Tico no Fubá", "Uma Certa Lucrécia" e "Sai de Baixo". Nos estúdios da companhia, em São Bernardo do Campo (Grande SP), criou do sertão aos canais de Veneza.
Há quatro meses, Gina, com quem Pierino casou há 63 anos, descobriu que tinha câncer. Com a morte iminente da mulher, ele entrou em depressão. Dizia que queria morrer antes. Logo depois, descobriu que estava com câncer exatamente nos mesmos órgãos que ela.
Morreu no último dia 13, aos 84. Deixou Gina, que ainda vive, três filhos, sete netos e um bisneto. Sua vida será contada em um documentário, em fase de finalização.

coluna.obituario@uol.com.br


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