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Curso que mudar terá verba extra da USP
Unidade que apresentar projeto alinhado às novas diretrizes também precisa ter bom histórico de gastos de recursos
Regras visam integrar diferentes áreas e modernização; neste ano, USP tem R$ 100 mi para investimento
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
A reitoria da USP decidiu
destinar verbas extras às
suas unidades que apresentarem projetos alinhados às
novas diretrizes da graduação e que tenham um bom
histórico de eficiência na
execução de recursos.
A medida foi anunciada
ontem pelo reitor da USP,
João Grandino Rodas. Os recursos extras servirão para,
por exemplo, a construção
de um laboratório ou para
equipar salas de aula.
A lógica de distribuição de
recursos visa incentivar e
acelerar a adesão das 51 unidades da escola às normas
aprovadas pelo Conselho
Universitário, principal órgão da escola. A participação
das faculdades é voluntária.
Segundo as regras, anunciadas ontem pela Folha, as
unidades devem rever os cursos de graduação, buscando
"modernização", com mais
liberdade aos alunos montarem os currículos e maior integração entre diferentes
áreas. Carreiras com baixa
demanda podem fechar.
"Queremos incentivar as
unidades a se integrarem às
políticas da universidade como um todo", disse Rodas.
"A universidade pública tem
de parar de achar que suas
unidades são estanques."
No vestibular passado, os
cursos menos procurados foram música (1,37 candidato/
vaga) e ciência da informação (1,8), ambos em Ribeirão
Preto. Na capital, foi licenciatura em geociências (2,3).
DÚVIDA
A União adotou prática semelhante com as universidades federais. Receberam
mais verbas instituições que
aderiram, por exemplo, ao
sistema unificado de seleção
de vagas via Enem.
Docentes da própria USP
veem como difícil a implementação das novas diretrizes. Um professor titular e ex-diretor de faculdade da área
de humanas disse que há forças conservadoras, incluindo alunos, que não querem
alterações como essas.
"Uns não vão querer mudar simplesmente para não
ter trabalho com isso. Outros
vão se sentir ameaçados,
com medo de perder cargos",
afirmou anteontem Elizabeth Balbachevsky, membro
do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP.
EFICIÊNCIA
Ao mesmo tempo que será
avaliado o alinhamento do
projeto com as políticas gerais da USP, o reitor afirmou
que será considerado se a
unidade tem um bom histórico no gasto de recursos. "Não
podemos repassar dinheiro a
quem já recebeu verbas e deixou o dinheiro parado."
Rodas disse que ainda não
está definido quanto será
destinado ao incentivo a adoção de projetos da reitoria.
No Orçamento deste ano, a
USP tem R$ 100 milhões para
investimento (3% do que a
escola receberá do Estado).
O reitor não quis citar
quais unidades mais precisam de mudanças.
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