São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Curso que mudar terá verba extra da USP

Unidade que apresentar projeto alinhado às novas diretrizes também precisa ter bom histórico de gastos de recursos

Regras visam integrar diferentes áreas e modernização; neste ano, USP tem R$ 100 mi para investimento

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

A reitoria da USP decidiu destinar verbas extras às suas unidades que apresentarem projetos alinhados às novas diretrizes da graduação e que tenham um bom histórico de eficiência na execução de recursos.
A medida foi anunciada ontem pelo reitor da USP, João Grandino Rodas. Os recursos extras servirão para, por exemplo, a construção de um laboratório ou para equipar salas de aula.
A lógica de distribuição de recursos visa incentivar e acelerar a adesão das 51 unidades da escola às normas aprovadas pelo Conselho Universitário, principal órgão da escola. A participação das faculdades é voluntária.
Segundo as regras, anunciadas ontem pela Folha, as unidades devem rever os cursos de graduação, buscando "modernização", com mais liberdade aos alunos montarem os currículos e maior integração entre diferentes áreas. Carreiras com baixa demanda podem fechar.
"Queremos incentivar as unidades a se integrarem às políticas da universidade como um todo", disse Rodas. "A universidade pública tem de parar de achar que suas unidades são estanques."
No vestibular passado, os cursos menos procurados foram música (1,37 candidato/ vaga) e ciência da informação (1,8), ambos em Ribeirão Preto. Na capital, foi licenciatura em geociências (2,3).

DÚVIDA
A União adotou prática semelhante com as universidades federais. Receberam mais verbas instituições que aderiram, por exemplo, ao sistema unificado de seleção de vagas via Enem.
Docentes da própria USP veem como difícil a implementação das novas diretrizes. Um professor titular e ex-diretor de faculdade da área de humanas disse que há forças conservadoras, incluindo alunos, que não querem alterações como essas.
"Uns não vão querer mudar simplesmente para não ter trabalho com isso. Outros vão se sentir ameaçados, com medo de perder cargos", afirmou anteontem Elizabeth Balbachevsky, membro do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP.

EFICIÊNCIA
Ao mesmo tempo que será avaliado o alinhamento do projeto com as políticas gerais da USP, o reitor afirmou que será considerado se a unidade tem um bom histórico no gasto de recursos. "Não podemos repassar dinheiro a quem já recebeu verbas e deixou o dinheiro parado."
Rodas disse que ainda não está definido quanto será destinado ao incentivo a adoção de projetos da reitoria.
No Orçamento deste ano, a USP tem R$ 100 milhões para investimento (3% do que a escola receberá do Estado).
O reitor não quis citar quais unidades mais precisam de mudanças.


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